terça-feira, fevereiro 23, 2010

COIMBRA - Estudantina Universitária de Coimbra



Já se sabe que o Blog dos Cavalo Selvagem é o meu ponto de encontro com Coimbra, a cidade onde cresci e estudei, e foi ao passar por lá que, mais uma vez, a nostalgia e a saudade se instalou no meu coração. Bastou ouvir e ver o vídeo da Estudantina, e a lagrimita teimou em rolar.

Muitas vezes, em encontros com amigos, a conversa cai nos nossos tempos de estudantes e, claro, as reacções diferem quando se fala em espírito estudantil, na amizade que se cria com colegas das diversas faculdades e, nem sempre, quem estudou em Lisboa, compreende o que é ter sido estudante em Coimbra.
Não há nada igual!
Talvez pelo tamanho da cidade; da facilidade com que as pessoas se encontram a qualquer hora do dia; pelo espírito que se sente impregnado em cada pedra da calçada e em cada muro ou parede das casas que presenciam, ano após ano, ao desfilar dos estudantes que chegam, deixando as casas dos pais, para começarem uma nova vida, até que, de novo, partem para as suas terras ou para as suas novas vidas, agora profissionalmente falando.
Mas o "bichinho" fica lá, e Coimbra será um sussurro permanente, como uma presença que se fará sentir SEMPRE. Quem não conhece a frase do fado que diz "Coimbra tem mais encanto, na hora da despedida"?

A Estudantina fez parte da minha vida de estudante, nos dois últimos anos, quando pertenci à Secção de Fado e dancei no rancho. Foi no tempo em que o Quim Reis (filho do famoso fazedor de caricaturas para os livros de curso) "chefiava" a trupe toda, o que incluía a Estudantina, a Orxestra Pitagórica e tudo o que se relacionava com a dita Secção de Fado da Associação Académica. Nesses anos, a voz da Estudantina, o galã, era o Vicente, mas todo o grupo era uma maravilha e a música que se ouve neste vídeo é do CD "Estudantina Passa", que vale a pena ouvir. Que pena não haver o YouTube nessa altura...

As saídas da Secção de Fado eram uma alegria. Lembro que foi numa delas, que aprendi a gostar de caracóis com uma cervejinha bem fresca; noutra, assisti a todas as actuações dos grupos, em Póvoa do Lanhoso, onde as pessoas, apesar de gostarem muito de tudo e nos receberem lindamente, não bateram uma única palma, talvez influenciados pelo Fado de Coimbra, em que não se bate palmas, mas se tosse ligeiramente no final de cada actuação.

Eu participava nas Danças de Coimbra, vulgarmente chamado Rancho, e como era boa a sensação de dançar o Vira de Coimbra, apesar do cansaço natural no final. Que maravilha e que saudades...

Nessa altura, tirar fotografias era um luxo e não tenho quase nenhumas.
Fui buscar esta ao álbum, duma saída a Salamanca (Abril - 1981), onde, por coincidência, fui encontrar um casal do Bairro, a Elsa e o Sílvio, que lá viviam. Como dá para ver, éramos mais que muitos (ainda faltam os que estavam na camioneta) e, claro, a alegria imperava a toda a hora e por todo o lado. Neste grupo, há gente da Estudantina, da Orxestra Pitagórica, do Grupo de Fados e das Danças.
Será que alguém se reconhece aqui? Seria giro, ao fim destes anos todos...
[Salamanca, 1981]

1 comentário:

  1. Orxestra Pitagórica, vi-os ao vivo num dos meus primeiros dias de caloira, ahah!

    (adoro o senhor do bigode na foto!)

    Realmente, Coimbra tem qualquer coisa... :)

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