terça-feira, setembro 29, 2009

Primeiro aniversário do "Grãos"


Como o tempo passa depressa!
Quando comecei este blog, a intenção era apenas poder comentar nos outros blogs, mas, rapidamente me inseri na blogosfera e tomei consciência da utilidade destes espaços. E dos comentários passei aos postes e, se bem que haja dias em que a inspiração é quase nula, outros há em que apetece MESMO escrever, ou simplesmente, colocar algo que apareceu num email e que, de qualquer forma, tocou cá dentro.
Vou continuar a escrever com as minhas palavras simples, sobre o que me alegra, perturba, entristece e colocando as minhas flores para dar um pouco de cor.
Obrigada àqueles que continuam a ter a pachorra para passar por aqui, deixando as suas palavras que, claro, servem de incentivo para não guardar cá dento aquilo que, muitas vezes ,teima em sair. Bem hajam!

segunda-feira, setembro 28, 2009

O manual mais pequeno do mundo sobre sobrevivência profissional.

Não sei se ria se chore.
Mas que há aqui certas afirmações e conselhos que são bem certos, ah! disso não tenho dúvida.
Só quem passa por elas e está numa escola no seu dia-a-dia, sabe o que vai encontrando, vendo e ouvindo.


O manual mais pequeno do mundo sobre sobrevivência profissional.


"Como ganhar a guerra que os pais e alunos ressabiados andam a fazer aos professores?

1. Não queira salvar o Mundo. O Mundo não tem salvação. Os humanos têm tratado tão mal a mãe natureza que ela vai agradecer quando os humanos derem cabo de si próprios.

2. Não entre na escola com a ideia peregrina de que a sua missão é salvar crianças e adolescentes. Há muitas crianças e jovens que não têm salvação. Quando chegam à escola já estão perdidas. Não se sinta culpado pela perdição dos outros. As culpas da perdição têm de ser distribuídas pelos políticos e pelos pais. Os primeiros porque não sabem governar o país;
apenas sabem governar-se. Os segundos porque colocam o amor próprio e os interesses pessoais à frente dos interesses dos filhos. E vai daí, passam a vida a fazer asneiras.

3. Se vir uma criança com fome, compre-lhe uma sanduíche. Mas não tenha a pretensão de querer resolver o problema da pobreza.

4. Não fale nas aulas sobre sexo e política. Concentre-se nas suas matérias e lembre-se de que ensinar bem é a coisa que melhor pode fazer para ajudar as crianças e os jovens a serem bem sucedidos.

5. Não queira ser engraçado nas aulas nem queira passar por humorista. Lembre-se de que está a falar para 25 alunos que têm telemóveis com câmara fotográfica e gravadores de áudio e vídeo.

6. Não queira fazer-se passar por irmão mais velho, amigo, pai ou mãe dos alunos. Seja simplesmente professor: um profissional com elevada competência técnica e científica que é pago para ensinar. Quando se ensina bem, está-se a educar. A educação é uma camada que se sobrepõe à instrução. A sua tarefa principal é instruir. A educação vem por acréscimo. É
um bónus.

7. Não fale sobre a vida privada com os alunos. Lembre-se de que você não é pai nem mãe deles. Tão pouco é irmão. Nem sequer é um amigo. Você é um profissional.

8. Não queira entrar na intimidade dos seus alunos. Ouça-os quando eles se dirigem a si para falar sobre os problemas pessoais, mas ouça apenas. Não diga nada. Se for caso disso, encaminhe-os para o psicólogo escolar. Se for assunto que possa ser tratado pela escola, mande-os falar com o director de turma.

9. Guarde a ternura para os seus filhos. Não caia na tentação de consolar as crianças e os jovens com carícias, ainda que inocentes. Seja cuidadoso. Há crianças e jovens que fazem uso da maldade pura.

10. Cuidado com as conversas com os pais. Trinque a língua antes de falar. Diga só o que for realmente necessário. Limite-se à descrição dos factos. Poupe nos adjectivos. Não faça juízos de valor. Nunca tenha a pretensão de pensar que os pais dos alunos são seus amigos. E nunca
tome o partido dos pais contra os seus colegas. Lembre-se de que os pais passam, mas os seus colegas vão estar ao seu lado durante pelo menos 40 anos."
Teresa Soares

sexta-feira, setembro 25, 2009

Amigos

terça-feira, setembro 22, 2009

Ainda as coincidências do 22



E 22 continua a ser o NOSSO número:

Hoje a minha filhota "voou" do ninho e fez a sua saída de casa, para ir para Coimbra.

Hoje, 22 de Setembro, fez a viagem para o início da sua nova vida. Que seja muito feliz e consiga realizar todos os seus sonhos.

Por coincidência, eu, mãe, deixei Coimbra para vir para Ponte de Sor.
A Sofia, filha, deixou Ponte de Sor para ir para Coimbra.

22, o número mágico



22 é um número mágico para nós, cá em casa:


* 22 de Janeiro, nasceu a filhota.

* 22 de Julho, dormimos a primeira noite na casa nova.




* 22 de Setembro, há 19 anos, casámos.

segunda-feira, setembro 21, 2009

Happy Birthday Mr. COHEN!!!

Do blog do CAVALO SELVAGEM, recebi esta informação hoje e, fã como sou de Leonard Cohen, não podia deixar de trazê-la para aqui. Aliás, é também uma forma de agradecer ao amigo BobbyZé, que, em Agosto, teve o previlégio de conversar com o "senhor" que eu tanto gostei de ver e ouvir.

"LEONARD COHEN, o poeta mais importante de toda a história do Rock, celebra hoje 75 anos!


Nasceu em 1934 em Westmount, na provincia do Quebec, numa familia judia russo-polaca.
A marca do seu imenso talento nunca deixou ninguém indiferente. A sua obra, literária e musical, é extensa e estudada hoje em liceus e universidades de todo o Mundo.
A primeira vez que o entrevistei foi em Estrasburgo em 1985.
A sua serenidade impressionou-me! A sua voz rouca e cristalina inspira-vos a adoptar uma atitude zen!
Como é obvio, falámos muito acerca do amor, um tema que lhe é extremamente querido, mas houve um que teve para mim um caracter muito especial. O facto de me ter confessado a sua convivência com os portugueses do seu bairro (vive na parte central do Bairro dos Portugueses de Montreal) e descrito o seu interesse e respeito pela cultura portuguesa.


Como já tive a oportunidade de o referir, LEONARD COHEN não fazia digressões desde há15 anos! Foi obrigado a vir para a estrada, efectuar esta desgastante tournée mundial porque a sua contabilista desaparecera para lugar incerto com todo o dinheiro acumulado ao longo da sua carreira de artista!
Incrível! Fica-se perplexo quando observamos que passou a maior parte da sua vida a enaltecer a gente feminina!!
25 anos depois do nosso primeiro contacto, encontrámo-nos em Horbourg-Wihr, no Hotel Europe,(a 500 mts de minha casa), naquela manhã quente e radiante de 17 de Agosto!!
Na véspera, encerrara o Festival de La Foire Aux Vins de Colmar, com um concerto, que muitos consideram já hoje, como o mais importante de toda a história do Festival!


Na passada 5a feira, em Espanha, no concerto de Valência, sentiu-se mal em palco, caiu e teve que ser transportado às urgências do hospital! Temeu-se o pior! Ficámos assustados mas, felizmente, os diagnósticos apontaram para uma simples intoxicação alimentar.

Contudo, LEONARD COHEN estará hoje em palco em Barcelona, para festejar os seus 75 anos!!!

Thank you for being You and giving us so much Love!!!
God Bless You!

Bobbyzé
"

(in, Cavalo Selvagem)

quinta-feira, setembro 17, 2009

Mulheres Possíveis


Sempre soube que não era perfeita e, à medida que o tempo passa, cada vez mais confirmo aquilo que sentia: não sou perfeita (também nunca o pretendi ser), nunca pus nada à frente da minha família e o meu bem-estar físico e, principalmente psíquico, é muito mais importante do que um punhado de euros dentro da carteira.
Quando encontrei este texto, identifiquei-me com muitas das linhas escritas e achei bom partilhar com todas as mulheres que, tal como eu, acham bom não ser perfeitas, mas felizes. Ou pelo menos, fazendo por isso.

" Mulheres Possíveis
(Texto de Martha Medeiros - Jornalista e escritora - na Revista do Jornal O Globo)


'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço escova toda semana - e as unhas!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.

Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.

Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo.

Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor.

Três dias.

Cinco dias!

Tempo para uma massagem..

Tempo para ver a novela.

Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.

Tempo para fazer um trabalho voluntário.

Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas.

Voltar a estudar.

Para engravidar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C. Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'.

Martha Medeiros - Jornalista e escritora

terça-feira, setembro 15, 2009

"O Sonho comanda a vida..."

Mónica em acção

Com a Mónica, de certeza que a criançada começa a dar atenção ao virús H1N1.

segunda-feira, setembro 14, 2009

Desejos de Consumo

A Marta, do blogue Há vida em Marta, fez-me um desafio tremendo: indicar 5 desejos de consumo que me deixassem mais glamourosa.

Parto do princípio que o termo engloba a noção de felicidade, contentamento e bem-estar. E como diz a Teresa, já que é para desejar, não é preciso poupar. Sonhemos com estilo... mesmo que possamos parecer perfeitamente fúteis (eh eh eh):

1. Fazer uma viagem sempre que me apetecesse, sem ter de olhar para o porta-moedas.
2. Comprar um barco para andar no mar sempre que o vento me chamasse.
3. Comprar uma casa na praia para poder lá ficar quando eu sentisse vontade.
4. Comprar uma máquina fotográfica toda "XPTÓ" com todos os acessórios para tirar ÓPTIMAS fotografias.
5. Encher o meu guarda-vestidos com roupas novas.

A Marta ditou regras: tenho de passar este desafio a 10 blogues. Aí vão eles. Aceitam o desafio?

* Detalhes
*Laura Sarmento-Momentos
*Artes Viagens e Sabores
*Começar de Novo
*Eu Mulher
*Escrever aos 50
*Isto Há Coisas Engraçadas
*O Papagaio Daltónico
*Travel With Us
*Comidinhas da Tia

sábado, setembro 12, 2009

Hora das recordações

"Quando eu morrer voltarei para buscar / Os instantes que não vivi junto do mar".
Sophia de Mello Breyner Andresen



Mais uma fase

Não sei se chore, se ria, se bata palmas... ou se me sente, calmamente, a "digerir" o momento em que mais uma fase das nossas vidas é ultrapassada, enquanto que outra tem o seu início.
A minha filha, HOJE, numa cerimónia no Teatro-Cinema, com direito a espectáculo de dança e tudo, recebeu o Diploma referente ao 12º ano. Olhei para ela, enquanto se dirigia aos professores e relembrei outros momentos semelhantes, que já tinha considerado fases ultrapassadas: a entrada na pré, a saída do João de Deus para entrar na E.B. 2,3, de onde só saiu depois do 9º ano, e o ingresso no Ensino Secundário, com o final hoje.
E é HOJE que a pintaínha mais velha sai debaixo das asas da mãe (e do bico do pai, claro), para voar mais longe e eis que vai encetar voos mais altos, cada vez mais longe...
Sairam as colocações no Ensino Superior e... ela lá vai.
É uma lágrimita que cai, porque a filhota está a crescer; é uma lagrimita que cai, porque ela vai seguir a sua vida; é uma lagrimita que cai, porque, tal como ela (e eu, confesso) queria, vai para a cidade que me viu crescer; é uma lagrimita que cai porque ESTAMOS FELIZES.
As memórias surgem em catadupas e dá para ouvir a vozita dela a repetir "SOZINHA!" quando teimava em descer os degraus para voltar a subi-los sem qualquer ajuda. E, de certo modo, ainda é assim, mesmo que, eventualmente, possa "...cair no chão, no joelho fazer um dói-dói ou no nariz um arranhão...".
Mas nós estaremos sempre aqui para limpar a ferida e colocar um penso.

sexta-feira, setembro 11, 2009

Eu escolhi, mas...


"Escolhe o trabalho que gostas e não terás de trabalhar um único dia da tua vida!"


Confúncio
(Pensador chinês)

quinta-feira, setembro 10, 2009

Só um lembrete do Quintana ...


Só um lembrete do Quintana ...

'A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.

Desta forma, eu digo:

Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, pois a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.'

Mário Quintana

terça-feira, setembro 08, 2009

Angústia, de Gilbamar

Nas minhas andanças pelos blogs amigos, encontrei, no do Gilbamar, um texto que gostei muito e que partilho com quem ainda não conhece os poemas deste escritor. Dêem uma passadinha por lá, que vale a pena.

Angústia

"Começa devagar na base do estômago, paulatino, quase como uma insinuação imperceptível, e avança pelo externo até alcançar os arredores do coração onde se instala e inicia sua devastação emocional. Então tudo se mostra reconhecível e palpável, por assim dizer, é o principio da angústia se instalando e dominando o corpo inteiro a partir daí, sem qualquer possibilidade de saída, a vítima fica indefesa, e ela vai-se tornando extremamente forte em pouco, tomando totalmente de conta de suas emoções. Desse momento em diante, a expressão facial do angustiado decai e surge explícito aquele olhar distante e melancólico, perdido, tão característico, um jeito abertamente triste de mostrar sua dor de maneira a ser visível para todos. A angústia é como um lento torniquete estrangulador.

A vontade irremediável, desse ponto em diante, e isso está evidente nos olhos murchos do angustiado, que se vê como perdido nalgum lugar vazio e solitário do deserto emotivo, é chorar copiosamente, cabisbaixo, mãos na cabeça, olhos fechados, por qualquer razão, plausível ou não, deixando as lágrimas afogar esse instante que corrói a alma e provoca irremediáveis contornos de depressão. Uma palavra amiga repentina agora, tão bem vinda como uma tábua de salvação no mar revolto e de ondas violentas, certamente vai contribuir para o incremento do choro, fazendo-o convulso como são os decorrentes das grandes amarguras capazes de atormentar profusamente. Se ao murmurar dessa voz confortadora seguir a suavidade da mão gentil sobre o ombro ou um abraço animador precedido do sorriso estimulante, seguramente haverá soluços intermitentes à guisa de desabafo profundo. Porque nenhum ser humano tem condições de sufocar a torrente de lágrimas quando alguém se aproxima para, com seu carinhoso jeito de ternura e amizade, amenizar o ímpeto frenético da angústia instalada.

O arroubo de chorar acalma as batidas aceleradas do coração, diminui o tamanho do bolo que incha o estômago, que logo vai perdendo seu furor, os olhos voltam a apresentar a pouco e pouco o brilho desaparecido e já se vê alguns traços de sorriso avultando no rosto, que recupera resquícios do rubor anteriormente escondido no recôndito da melancolia. E assim como, com suas garras titânicas à guisa de tenazes, a angústia se assenhorou de alguém por razões diversas, o desabafo aliado à doce palavra amiga e mais o abraço reconfortante, ela por vezes se vai e o alívio retorna triunfante. A angústia magoa, fere, dói. Mas depois que escoa bordas do coração afora e tudo volta a funcionar a contento, a alegria se reinstala e logo, imponente lidera e tranquiliza." (in, Gilbamar - poesias e crônicas)

segunda-feira, setembro 07, 2009

Duas boas propostas para melhorar a qualidade da educação pública


Não ponho em causa de quem parte esta proposta, mas eis algo com que estou completamente de acordo e já há muito tempo que vem sendo falado "à boca cheia". Pena que os "iluminados" não consigam ver um pouco mais adiante e mantenham os alunos em cursos de brincar às escolas, acabando, muitas das vezes, por parecer que estamos apenas a dar-lhes "grandes oportunidades" para serem mal educados, esquecerem o que é uma escola e o que eles próprios são (ou deveriam ser) como gente.

Duas boas propostas para melhorar a qualidade da educação pública: cursos profissionais a partir do 7º ano e novo estatuto do aluno

O programa eleitoral do PSD tem duas propostas que, se forem aplicadas, podem melhorar muito a qualidade da educação pública:
1. A introdução de cursos profissionais a partir do 7º ano de escolaridade
2. Revisão do estatuto do aluno de forma a que assiduidade e a disciplina sejam valorizadas e tenham consequências.
Todos sabemos que uma coisa é o que está nos programas e outra - quase sempre diferente - a forma como essas medidas são aplicadas ou até mesmo adulteradas ou esquecidas.
O sucesso ou falhanço da aplicação dessas duas importantes medidas vai depender de quem serão os protagonistas que as vão aplicar. Conheço várias personalidades com obra feita no ensino e na educação que dariam garantias de as aplicarem bem mas evito dizer quem são, embora toda a gente as conheça e esteja a pensar nelas.
A meu ver, é preciso acabar com a trapalhada sem fim dos Efas, dos Cefs e do Novas Oportunidades, substituindo esses programas por um verdadeiro ensino profissional que consiga reabilitar o excelente ensino técnico que foi destruído em 1975. Não será fácil porque toda a mão-de-obra especializada foi desbaratada e a maior parte das escolas não tem equipamentos, espaços e recursos humanos capazes de assegurarem uma oferta de qualidade. É por isso que eu defendo que o ensino profissional só deve ser oferecido em escolas que mostrem possuir essas recursos e competências. É preferível deslocar os alunos para essas escolas, ainda que fiquem situadas longe dos locais de residência dos alunos, oferecendo-lhes programas de carácter profissionalizante que os dotem de competências e saberes para desempenhar uma profissão, do que, a pretexto do falso conceito de escola inclusiva, os meter em Cefs onde, na verdade, não aprendem nada de muito profundo. (in , ProfAvaliação)

domingo, setembro 06, 2009

Reflexão de domingo



O Manoel, do Blog do Óbvio, colocou uma questão interessante. Eu recoloco-a aqui hoje, porque é uma boa reflexão de domingo.


Os tristes acham que o vento geme; os alegres acham que ele canta.
(L. F. Veríssimo)

De que lado você está? Acha que o vento geme ou canta?

sábado, setembro 05, 2009

Christiania, Dinamarca



Hoje, n' A Bola, e por causa do "belo jogo" entre a nossa selecção e a da Dinamarca, vinha um artigo sobre Christiania, escrito por Miguel Cardoso Pereira.
Automaticamente, deixei-me transportar ao ano 2001, quando andei por Copenhaga e, claro, fui ao tal bairro "... antiga base militar ocupada por hippies e anarquistas nos anos 70, onde a polícia só vai em rusgas e onde ficam cafés que, por graça, anotam os horários das últimas. (...) A Cidade Livre de Christiania não existe no papel, excepto no que enrola a erva da infame Rua Pusher (...) As casas coloridas, músicos, pintores, artesãos, bêbados, drogados, ladrões. Choque de gostos em local livre , sim (...) Ao sair, um cartaz: Vai entrar na UE. Europa onde tudo é cada vez mais igual: lojas, roupas, refeições, carros, as ideias, os outros, eu. "
Eramos um grupo de professoras de três países, sendo dois deles Portugal e Itália, além da própria Dinamarca. Como tal, a nossa viagem por Christiania foi especial porque tinhamos guias locais que nos contavam as histórias, algumas delas de algum familiar que teria vivido por ali.
Curiosa como sou, fui reparando que havia mais do que a droga nas bancas e alguns dos pormenores eram menos desagradáveis do que poderiam parecer à primeira vista. Bom, mas isto foi em 2001 e o relato feito pelo jornalista é de agora. Muita água passou debaixo da ponte...
Falta-me ainda dizer que, nessa noite, fomos a um restaurante (naquela época não era café) que era a coqueluche dos dinamarqueses e posso garantir que fomos muito bem atendidas. O empregado era liiiiiindo e uma simpatia. E todas as tradições foram quebradas: se os dinamarqueses, num restaurante, não ocupam as mesas mais do que o tempo estritamente necessário para a refeição, nós fomos ficando na conversa; se cada dinamarquês pede a sua sobremesa e não há qualquer partilha de sabores, nós pedimos 3 sobremesas diferentes e 6 colheres. Resta dizer que , onde estão mulheres latinas, nunca mais as coisas são iguais.
Este é um voltar atrás no tempo com uma recordação muito agradável, depois de 8 anos passados, e, claro, lá saiu o album das fotografias da prateleira para, pela milionésima vez, ver e rever aqueles momentos vividos na companhia de colegas/amigas, duas das quais voltarei a ver em Outubro, desta vez em Konya, Turquia.


sexta-feira, setembro 04, 2009

PCCB - Le duo des chats

Les Petits Chanteurs à la croix de bois, concert en Seoul, Korea, Nov. 30, 1996


Um carinho



Recebi das amigas Começar de Novo a quem muito agradeço.
As regras exigem que eu passe este mimo para outros blogs. Gostaria que todos os que me visitam o levassem; seria um gosto enorme para mim. Como tenho de cumprir as regras lá vão os blogs que nunca foram nomeados e que merecem todo o meu carinho também:
Eu Mulher
Os Meus Óculos do Mundo
Entremares
Isto há coisas Engraçadas
Gilbamar - Poesias e Crônicas
Artes Viagens e Sabores
Detalhes
Sweet Chic
Valkyriens Fotoblogg
O Papagaio Daltónico

quarta-feira, setembro 02, 2009

Dormir aqui e acordar num outro lugar

(Post incluído na Blogagem colectiva "Dormir aqui e amanhecer noutro lugar"
Tema proposto pelo blogue Voudecoletivo)


Parece de propósito, mas a verdade é que, literalmente, esta noite adormeci aqui e acordei num outro lugar, bem distante, inexistente (?), irreconhecível. O nosso cérebro prega-nos cada partida...
Talvez por sugestão de ter andado a "passear" pelos blogs, o que, muitas das vezes, é uma maneira de andar pelo mundo sem sair do mesmo lugar, e pela preocupação que se instalou pelo facto de me ter incrito no blog colectivo sem ter feito ainda o texto, o certo é que hoje de manhã acordei num lugar completamente desconhecido, mas, ao mesmo tempo, um misto de Brasil (porque falavam português) com a Capadocia, já que tudo era terra, pequenas elevações vulcânicas que desciamos por ferros a servirem de escadas... sei lá, uma coisa estranhíssima. Como estranho também foi o facto do sonho parecer tão real, eu conseguir lembrar-me dos pormenores e, inclusive, desligar o alarme do despertador e continuar o meu caminho atrás de uma criança que me indicava o caminho. Falta-me dizer que eu ia, como professora, dar aulas naquele lugar.
Acordei com uma sensação de realidade/irrealidade, e lembro-me de pensar que, de facto, dormi aqui e acordei num outro lugar.