terça-feira, fevereiro 02, 2010

Rosa Lobato Faria morreu aos 77 anos


Era uma senhora com ar bondoso e uma voz meiga.

É engraçado que, há uns anos atrás, eu tinha uma ideia precisamente ao contrário, talvez pelas actuações que fazia, aparecendo com um ar frio, mau e autoritário. Depois, foi aparecendo em situações que se mostrava como realmente era, falando de si, dos netos, da sua vida do dia-a-dia e deu para perceber a grande senhora que era.

Gostei de ler alguns dos seus textos com os meus alunos.

A minha homenagem a esta senhora!

"Da poesia ao romance

A escritora (poeta e romancista) e actriz nasceu em Lisboa em abril de 1932. O seu primeiro romance, "O Pranto de Lúcifer", foi editado em 1995, mas publicara já antes vários volumes de poesia - como "Os Deuses de Pedra" (1983) ou "As Pequenas Palavras" (1987). O essencial da sua poesia está reunido no volume "Poemas Escolhidos e Dispersos" (1997). Em 1999, na ASA, publica "A Gaveta de Baixo", um longo poema inédito acompanhado por aguarelas do pintor Oliveira Tavares.

Como romancista publicou ainda "Os Pássaros de Seda" (1996), "Os Três Casamentos de Camilla S." (1997), "Romance de Cordélia" (1998), "O Prenúncio das Águas" (1999, que foi Prémio Máxima de Literatura em 2000) e "A Trança de Inês" (2001). Escreveu também "O Sétimo Véu" (2003), "Os Linhos da Avó" (2004), "A Flor do Sal" (2005), "A Alma Trocada" (2007) e "A Estrela de Gonçalo Enes" (2007), além de ter assinado vários livros infantis. Os dois primeiros romances tiveram tradução na Alemanha e "O Prenúncio das Águas" foi publicado em França pelas Éditions Métailié. O seu último livro, "As Esquinas do Tempo", foi publicado em 2008 pela Porto Editora.

Como actriz, Lobato Faria integrou o elenco da primeira novela portuguesa, "Vila Faia" (1983), e trabalhou com Herman José em "Humor de Perdição" também como argumentista. Filmou com João Botelho ("Tráfico, de 1998, e "A Mulher Que Acreditava Ser Presidente dos Estados Unidos da América", de 2003). Foi também dirigida por Lauro António em "Paisagem Sem Barcos" (1983) e "O Vestido Cor de Fogo" (1986). Estreou-se como locutora na RTP na década de 1960.

Escreveu ainda dezenas de letras para canções, muitas delas para festivais da canção. Entre elas o conhecido "Chamar a Música", interpretado por Sara Tavares."
(in PÚBLICO, 02/02/2010)

3 comentários:

  1. Engraçado...nunca simpatizei muito com ela, mas isso não quer dizer que não admire o trabalho dela. Já a homenageei no Começar de Novo, pois acho que foi uma grande perda.Beijinhos e até breve.
    Emília

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  2. É muito gentil da sua parte, lembrar aqui uma pessoa que afinal morreu cedo, mas deixou cá um grande trabalho. Vale sempre a pena trabalaher e acreditar... Boa noite

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  3. Romicas
    Tens razão em tudo o que dizes. Para mim, foi uma mulher que se recusou a ficar sentada, à espera de envelhecer e morrer. Foi bela e criativa até ao fim.
    Bjs

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