domingo, novembro 22, 2009

"Um testemunho dramático de abuso de carga horária. À atenção da ministrada educação"

Há dias, mais concretamente, na quinta-feira desta semana que passou, quando havia toda a expectativa sobre a posição do PSD e da votação quanto à dicotomia suspensão - substituição, ouvi, num programa da televisão que estava aberto à opinião pública, um senhor gestor "gritar" contra os professores, esses malandros, a maioria dos quais não faz nada nem presta para nada, salvando-se apenas alguns poucos que, de facto querem trabalhar e estão na profissão porque querem e para a qual trabalham.
Se me perguntassem o que senti na altura, foi uma revolta imensa por alguém que, por alguma razão que não me interessa minimamente, se escondeu atrás de um telefone para dizer mal de uma classe trabalhadora que não pede mais dinheiro, não exige regalias monetárias, mas apenas quer ser respeitada e ter condições de trabalho condignas à sua posição de formadora de TODOS aqueles que, de uma forma ou de outra, serão os homens e mulheres do dia de amanhã.
Mais uma vez eu me questiono: o que terão feito os professores para, de um dia para o outro, passarem de "bestiais" a "bestas"? Quem me poderá explicar a razão por que, em todo o país, um professor é visto como o que não quer fazer nada, aquele que está na profissão porque não conseguiu nada melhor para fazer... sei lá o que mais?!
É lógico que, tal como em TODAS as classes profissionais, há que separar o trigo do joio, mas será que não é mais saudável ver o exemplo de quem trabalha bem e é bom professor, do que apenas destacar o que é mal feito ou o que está errado?
No Profblog encontrei mais um exemplo de alguém que mostra bem o que, hoje em dia, é ser professor. Esse tal senhor gestor, que tanto "gritou" contra os professores, deveria, talvez, olhar este exemplo (que, pode ter a certeza, não é o único) e, quem sabe, até talvez pudesse comparar um pouco a sua vida com a desta professora e reflectisse sobre as barbaridades que disse.
Peço-vos que não deixem de ler o poste completo.

"Um testemunho dramático de abuso de carga horária. À atenção da ministrada educação

Lecciono a disciplina de Português no Ensino Secundário e, não sei se sabe, leccionar esta disciplina implica desenvolver continuamente 5 competências e com toda a necessidade de busca e elaboração de recursos, definição de estratégias, com apenas 2 blocos semanais. (...aqui...)

1 comentário:

  1. Este comentário, que coloco aqui, está também no poste seguinte, mas como é um comentário tão justo, acho que também deverá aparecer aqui. Espero que a Emíla não se zangue comigo...

    "Estes três de facto exageraram...não precisavam de trabalhar até à exaustão!!!! Li todo aquele artigo que menciona no seu anterior post; já há muito que se percebe que estão dando aos professores demasiadas tarefas burocráticas que não interessam para nada e estão a tirar-lhes tempo para prepararem com sossego e tranquilidade as aulas para os alunos. Claro que assim ninguém consegue ensinar. O professor só tem que ensinar, mais nada.Nunca vi tanta reunião, nem em todo o meu percurso escolar, nem tão pouco enquanto acompanhei o dos meus filhos. Não há professor que aguente e muito menos que consiga desempenhar as suas funções como deve ser. Não percebo como não vêem que o essencial está a ser deixado para trás. Tenho pouca fé que as coisas mudem com esta ministra. Antes me engane,pois as escolas precisam de professores satisfeitos com a sua profissão e os alunos precisam de quem os ensine bem. Um beijinho, amiga e vá tendo esperança.
    Emília "

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