quarta-feira, novembro 05, 2008

O Bairro em Coimbra

Um dos blogs que estou a seguir, diariamente, é o CAVALO SELVAGEM, de um grupo de pessoas que, ao fim destes anos todos, ainda conseguem encontrar-se num espaço como este, para partilharem vivências da sua juventude, num bairro de Coimbra. Mas não se encontram apenas nas palavras que escrevem ou nas fotos que vão descobrindo nos seus álbuns; também conseguem manter um espírito que os leva a juntarem-se em pequenos e grandes encontros, como foi o de 18 de Outubro, no Centro de Recreio.
Afinal, qual é a razão por que eu me sinto ligada a esse pessoal (sim, é um grupo enorme e há sempre alguém que vai aparecendo para engrossar este grupo de velhos amigos)?
Bom, muito simplesmente porque, a 160km da cidade dos estudantes, são eles que me fazem recordar coisas da minha meninice e juventude, desde os 5 anos até aos 25, idade com que deixei Coimbra para conhecer o Alentejo, onde comecei a trabalhar e onde ainda vivo hoje, com família e amigos.
Quando leio o que escrevem e recordam, volto a calcorrear espaços por onde passei para ir para a escola do Magistério Primário ou para o Liceu Infanta Dª Maria, como era a Praça dos Açores, por onde a minha mãe nunca queri
a que eu fosse... Volto à Praça Ilha da Madeira onde morava uma das minhas melhores amigas, a Milú... Revejo a casa da minha tia na Rua de Angola...
Não os conheço pessoalmente, mas sei qu
e todos frequentámos o Samambaia para a bica e momentos com amigos. Eu sou um bocadito mais nova, por isso, naquele tempo, talvez pertencesse ao grupo dos jovens que gargalhavam no meio do café. Lembro que, por vezes, éramos um grupo, bem no meio da sala, ocupando 3 ou 4 mesas. Noutras vezes, só estava eu e a minha amiga Manuela Branquinho, e sentávamos junto à parede, numa mesa estratégica para ver quem entrava. Comecei a ir ao café quando já estava no Propedeutico, e gostava imenso daqueles momentos de convívio. Por isso, algumas das caras que vejo nas fotos do CAVALO SELVAGEM, não me são completamente desconhecidas, embora não possa associar nomes nem situações.
Aliás, eu não morava no Bairro, propriamente dito. Morava na Rua Dr. Daniel de Matos, por cima da retrosaria da Dª Celeste e do Sr Lemos, que, por acaso, eram os meus pais. Talvez as mães de alguns dos Cavalos tenham feito compras na loja da minha mãe, ou, quem sabe, talvez tenham ido tirar/revelar fotografias
no fotógrafo que era logo ao lado...


Para já, não posso deixar de agradecer ao meu amigo da Figueira da Foz, o António Ramos e à sua companheira, Maria João, por me terem falado do blog. E não quero ,também, deixar de agradecer as visitas e comentários, feitos por "cavalos" neste blog, bem como os emails que tenho recebido, mostrando que, de certo modo, eu também pertenço ao "Bairro".

9 comentários:

  1. A Romicas também pertence ao blog Cavalo Selvagem. Disso não poderá duvidar...

    Basta ter passado pelo bairro na sua juventude para entender e sentir melhor que ninguém aquilo que só sente quem por lá passou.

    O despertar para a vida na infância, os amores da juventude, as desilusões e as lágrimas, as alegrias e as cristalinas gargalhadas das cenas caricatas que todos vivemos, os apertos de estômago nas épocas de exames, os bailaricos...

    Ao fervilhar do blog Cavalo Selvagem que resulta da participação de centenas de velhos amigos que por ali viveram na juventude, refugio-me às vezes, para refletir e sonhar, no blog Grãos de Areia que, com a sua suavidade e beleza de imagens, me traz a serenidade dos bons momentos...

    São estilos diferentes mas complementares.

    Parabéns à "nossa" Romicas

    ResponderEliminar
  2. A Romicas pertence ao Bairro de alma e coraçao, como é fácil de verificar.
    E estou a gostar muito desta fase cor-de-rosa (ou será lilás? ) que ficava muito bem com umas guitarras de Coimbra como fundo.
    Um abraço de Coimbra em Lisboa.

    ResponderEliminar
  3. As recordações de nossa vida permanecem indeléveis na memória, e quando acontece de alguém atiçá-las com palavras e fotos parece que assistimos ao filme da própria vida.

    Abraços do amigo Gilbamar.

    ResponderEliminar
  4. A Romicas tem de cimentar esta ligação ao Bairro, participando já na nossa peregrinação gastronómica a Vagos.

    Compreenderá então como é possivel esta malta maioritáriamente sexagenária conseguir esquecer a idade e comportar-se como se ainda tivesse vinte anos.

    E que leve a Familia e se possivel o seu filho adoptivo alemão.

    ResponderEliminar
  5. Pois que agradeço muito o convite, mas, em princípio, iremos a Coimbra no fim-de-semana do feriado. Quanto ao meu filhote alemão, bem ao contrário do que ele quereria e nós gostaríamos, está na Alemanha.
    Mas quem sabe se, numa próxima oportunidade, nós iremos (re)conhecer o pessoal do CAVALO SELVAGEM...

    ResponderEliminar
  6. Velhos tempos, "Amiga Romicas"!!! Recordar é viver...Já lá vão muitos anos. Olha, mas contínuo a sentar-me, sempre que posso, em mesas junto à parede. Gosto mais!
    Obrigada por teres-te lembrado de mim.

    ResponderEliminar
  7. Gostei imenso deste post! Já tinha vindo imensas vezes ler os seus textos e confesso que tinha alguma vergonha em comentar, mas, depois de falar com a Sofia, ela encorajou-me a comentar!
    Gosto muito deste tipo de textos em que, vendo situações semelhantes à nossa, ou com algo em comum (mas apesar de tudo um pouco destorcidas) acabam por reflectir a nossa vida passada ou parte dela. Aquilo que nos faz sentir aquela palavra tão bonita(das quais uma das minhas preferidas): "Saudade". Aquela palavra que, na época dos descobrimentos esteve muito presente para definir a solidão dos portugueses(penso que nesta altura sim, se formulou, ou pelo menos se percebeu o verdadeiro conceito e significado de "Saudade").
    Nunca vivi em Coimbra, mas desloco-me lá bastantes vezes e sinto que aquela cidade tem algo de tão especial que nos faz sentir "em casa" e, livres para deixarmos fazer dela também um pouco a "nossa casa". Talvez seja pelo espírito que as pessoas daquela cidade juntamente com a evolução da mesma foram mantendo ao longo dos anos... não sei, mas é algo que me agrada!

    É caso para dizer aquilo que eu e os meus colegas dizemos assim que chegamos a Coimbra: "Aqui, respira-se COIMBRA! :)"

    Beijinhos! ;)

    ResponderEliminar
  8. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar

  9. És sempre bem vindo ao meu blogue e perde essa vergonha de comentar. Conhecemo-nos muito bem para teres esses problemas. Afinal, eu só sou a mãe da Fia. É muito bom ter o feedback de alguém mais novo.
    Vou ficar atenta aos teus comentários.
    Uma grande beijoca

    ResponderEliminar