sexta-feira, novembro 21, 2008

Canetas


Adoro canetas de tinta permanente!

Desde sempre, quando entrei na escola primária, escrevi com a caneta de tinta permanente que já fora da minha mãe e, até hoje, é a minha marca pessoal na escrita. Gosto do traço esguio, do deslizar da ponta do aparo enquanto a tinta escorre para o papel e gosto de apreciar o resultado final de um texto escrito à mão.

A caneta da minha mãe (a pequenina que aparece à direita) já deve ter mais de 60 anos, tendo em conta os que já passaram desde que está nas minhas mãos e imaginando desde quando ela pertencia à sua primeira dona.
Uma daquelas coisas que eu não esqueci do meu tempo de escola, foi uma vez em que, voltando das aulas, quando, depois de já ter andado dois terços do caminho e pouco faltar para chegar a casa, notei que não tinha a caneta. Bom, voltei para trás e corri tanto, mas tanto, que , apesar de sentir as lágrimas a correr pela cara, cheguei num instante à escola (que por milagre ainda tinha gente) e foi com um alívio enorme que vi a caneta na minha carteira, naquela ranhura que havia para colocarmos as canetas e os lápis.
Infelizmente, e para grande tristeza minha, a caneta já não funciona e nem tem arranjo. Por isso a guardo com todo o carinho. Não só porque gosto de canetas, mas, principalmente, porque é uma recordação muito importante da minha mãe.

Mas o que despoletou todo este texto foi que, ao passar as folhas da revista Única, do Expresso, dei de caras com esta peça de uma edição limitada de Dunhil Sidecar, com o nome de Victorian Fountain, inspirada nos finais dos anos 50.
Não sei se dará para ver e apreciar, mas o aparo trabalhado é uma maravilha e a simplicidade do corpo da caneta, torna-a, na minha opinião, numa peça lindíssima.
Tenho, na minha pequeníssima colecção, algumas canetas bonitas, outras que, coitadas, não têm gracinha nenhuma, mas, de vez em quando, gosto de abrir as gavetas e escolher uma, colocar-lhe dentro um recarga (até nisso os tempos tiraram a graça que é carregar uma caneta, mergulhando-a num tinteiro Pelikan...) e levá-la para a escola, para escrever os sumários no livro de ponto. Por vezes, há algum aluno mais observador, que exclama logo "A professora hoje traz uma caneta nova!", e, quase sempre, numa das aulas seguintes, aparece mais uma caneta de tinta permanente, comprada na papelaria da escola...

7 comentários:

  1. É curioso. Pensei que só eu é que ainda gostava de canetas de tinta permanente, nesta era das esferográficas..

    Mas adoro-as e habitualmente dou-lhe uso no dia a dia.

    A minha outra mania são as gravatas. Não resisto, em cada loja onde entre, a pesquisar as gravats expostas. E normalmente não saio sem trazer uma..

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  2. Essa crônica, amiga Romicas, num átimo transportou-me à minha infância, tempo em que eu não podia comprar uma caneta assim e escrevia meus devaneios usando lápis grafite e folhas avulsas rasgadas ao acaso. Eu também admirava as canetas-tinteiro e as namorava de longe, só com o coração. Graças a Deus esse período melancólico se foi e as oportunidades surgiram, e surgiram de forma abundante. Louvado seja Deus!

    Deixo meu fraterno abraço amigo.

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  3. Olá! Blog interessante. Estou aqui com a Nininha a bisbilhotar. Bjs das duas. Nininha e Mila.

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  4. Que bom, saber que as minhas amigas andam por aqui. Sejam bem vindas e voltem sempre.
    Bjokas prás duas

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  5. Olá:
    A minha prima e eu passámos alguma parte da tarde a ler o teu blog. Curioso, o tema de hoje, fez recordar o tempo da escola...
    sim, nessa altura, aprendiamos a escrever com caneta! A minha Professora obrigava!
    Bjs
    Manuela (Nininha)

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  6. Desculpa, não queria anonimato... aliás porque assinei

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