Procuro despir-me do que aprendi
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu...
Alberto Caeiro
Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.
As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheiinhas, femininas... essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem. Suas modas são retas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.
Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.
A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.
As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas... porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam conosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.
É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulêmica e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranquila e cheia de saúde.
Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês, porque, nunca terão uma referência objetiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.
As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.
Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em Setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (sem sabotagem e sem sofrer); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.
Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos. Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se! A beleza é tudo isto."
"Grãos de areia é o sugestivo titulo deste blog. Desconheço as razões da sua adopção, mas sugere-me umas quantas reflexões.
Ensinaram-me ainda na escola primária que o reino mineral se caracteriza pela ausência de vida. Não sei se isto é inteiramente verdade...
Um grão de areia, só por si, tem a força suficiente para paralisar uma complicada engrenagem em movimento que o Homem idealizou e construiu convencido que lhe tinha dado o sopro da vida.
A união de milhares de grãos de areia constitui uma barreira intransponível às mais poderosas forças humanas que a queiram derrubar.
Em contrapartida essa mesma muralha abre-se e torna-se permeável a tudo o que, com carinho, com ela queira conviver e misturar-se.
Vejam a facilidade com que a água escorre, penetra e se envolve nas suas entranhas numa miscigenação e convivência com os grãos de areia, possível se deles se acercar com leveza e suavidade.
Mas a mesma água já não o consegue, se o tentar fazer recorrendo à força e brutalidade.
O Homem utilizou os grãos de areia quando construiu a ampulheta, instrumento para medir o tempo.
Ao fazê-lo descobriu que os grãos de areia possuem a sua própria energia, inesgotável, e o instrumento funciona sem necessidade de recurso a energias externas, ao contrário de outros aparelhos de idêntica finalidade mais tarde inventados .
E eu pergunto: Energia não é vida?
É por tudo isto que acho que este blog tem tudo para poder singrar, se fizer jus ao titulo que o identifica.
Tem a força indomável e tem a suavidade.
Tem beleza.
Tem energia própria.
Tem vida!
Rui Felício "
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