sábado, março 14, 2009

Em que mundo vivemos?

Não sei se diga que fiquei chocada, se, mais uma vez, abane a cabeça, por não acreditar no que ouvi no Telejornal da Sic. Creio que já não foi a primeira vez que falaram sobre o assunto.
Refiro-me ao caso da criança com nove anos, que, após ter sido violada pelo padrasto, ficou grávida de gémeos, acabando, muito logicamente (pelo menos na minha opinião), por abortar.
Mas, apesar da monstruosidade de toda a situação, ainda estava mais para acontecer: estava a ser ponderada, pela Igreja, a excomunhão da mãe da criança e da equipa médica.
Vá lá, entretanto os clérigos devem ter reconsiderado e afinal aquelas pessoas já não vão sofrer a dita pena eclesiástica...
Será possível que uma coisa destas aconteça?
Será possível que alguém, no seu perfeito juízo, pudesse pôr a hipótese de uma criança de nove anos vir a ter uma outra criança (e que neste caso seriam duas)?
Será possível que a Igreja seja tão... nem sei como dizer... ao ponto de sequer pôr a hipótese de "castigar" quem tentou ajudar aquela criança?
Só posso achar que a Igreja parou completamente no tempo e está perfeitamente obsoleta, tornando ridículos assuntos tão sérios, que se o não fossem, até daria para rir.
Em que mundo vivemos? Para onde caminhamos?

5 comentários:

  1. Amiga querida, tenho visto essas reportagens na televisão e também fico abismada com o que esse bispo falou. Seria uma criança tendo mais duas crianças.

    Beijos e fique com Deus

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  2. O fato aconteceu no Estado de Pernambuco, bem próximo de onde moro. Tudo na ocorrência chocou-me: a monstruosidade do padrasto, o sofrimento da criança menina que certamente não sabia o que se passava, a necessidae de ser efetuado o aborto sob pena da morte da idigitada garota mãe e a excomuhão das pessoas que, humanas, procuraram e efetivamente ajudaram aquela pequena e inocente vítima.

    Sim, faço coro à sua indagação: QUE ESTÁ ACONTECENDO COM O MUNDO E COM OS SERES HUMANOS?

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  3. Tive oportunidade de escrever no blog Cavalo Selvagem um texto em que referia esta monstruosidade.

    De facto, é incompreensível que, com o argumento de defesa do direito à vida, a igreja católica tenha sentenciado a mais pesada pena prevista no direito canónico a quem decidiu fazer o aborto àquela criança.

    Tão ou mais chocante ainda foi o facto de, na tentativa de explicação dessa pena, não ter sido referida a condenação do autor das sucessivas violações a uma criança de 9 anos de idade, que afinal, essas sim, estiveram na origem da situação!

    Rui Felício

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  4. De facto, Rui, também já pensei no pormenor referido no final do seu comentário. Até parece ser esse um mal menor, quando, na realidade é essa a maior aberração e a origem de toda a situação anormal. Porque será que nem sequer é mencionado pela própria Igreja? Será por ter demasiados telhados de vidro?

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  5. Evidentemente que concordo com tudo o que já foi dito aqui. Só mais uma palavra para a própria igreja (já não merece a maiúscula!): como pode esquecer o seu verdadeiro papel, cristão, e enveredar por atitudes tão dogmáticas e frias que só afastam os que verdadeiramente se preocupam com o ser humano?

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