terça-feira, dezembro 13, 2011

Acerca da desmotivação dos alunos #2

Como já aconteceu uma vez, volto a colocar aqui o comentário da amiga Emília, do blog Começar de Novo, porque acho que deve ser divulgado, devido à importância do assunto: a educação dos nosso alunos e tudo o que se relaciona com a sua vida escolar e familiar.

" E eu também assino! Quando eu era criança as escolas não tinham aquecimento, não havia merenda e havia muita fome em casa de muitos. Os mais pobres nem um pãozinho levavam para lanchar e não havia quem lhes desse um. O que se diz de muitas crianças de hoje? Que tem " mimo a mais " Pois é isso que penso dos alunos de agora. Os pais dão-lhes prémios se se comportarem bem, se tirarem boas notas; não tem que premiar, tem que exigir, pois é essa a obrigação deles. Dão-lhes telemóvel ainda no 1º ciclo, carro aos 18; dão-lhes tudo menos princípios, obrigações, disciplina Na aldeia onde nasci, assim como em muitas outras, havia muita miséria, mas sairam de lá muitos licenciados que tinham como única motivação a educação dada em casa, a vida de sacrifíco que os pais tinham, a vontade de terem condições melhores no futuro. Eu com 10 anos saí de casa e tive de ficar hospedada em casa de uma senhora, porque, embora o Liceu não fosse longe( meia hora de carro) não havia transportes e os pais não tinham carro para irem buscar os filhos todos os dias no fim das aulas. Nas universidades viam-se os carros dos professores e agora veem-se carrões dos alunos. É tudo isto, todo este conforto, toda esta falta de exigência da parte dos pais que tira a motivação aos alunos. Quando falam na minha frente que esta é uma geração à rasca eu fico indignada e digo: A nossa sim era à rasca, mas soube desenrascar-se. Agora não há emprego, a crise é grande; Tudo isso é verdade, mas como foi na nossa geração? Eu casei, mas tive que viver com os meus pais apesar de ter o curso de secretariado e estar a trabalhar numa grande empresa; não havia dinheiro e muito menos emprestimos ou subsídios ; não tinha outro jeito senão morar com eles até conseguir dinheiro meu. Em Outubro de 76 tive que ir para o Brasil e naquela época muita gente se foi e porquê? Porque depois da revolução muitas empresas tiveram que fechar, porque os trabalhadores interpretaram mal o significado de liberdade e tomaram conta das empresas. E antes de mim, como foi a geração dos meus pais? Muito pior ainda.Isto não era estar à rasca? Tem comparação com oos dias de hoje? É por isso que eu sempre digo que as crises tem o seu lado bom e esta não vai fugir à regra. Portanto, Romicas o problema continua a ser o facilitismo e a falta de educação em casa.
Os pais tem que começar a entender que o papel principal na formação dos filhos é deles e se continuarem a tratá-los como coitadinhos, eles serão mesmo uns completos enrascados. Um beijinho, amiga e desculpe o testamento, mas este assunto dos nossos jovens choca-me e às vezes tenho até pena deles, porque, apesar da fartura, não tem o principal: Pais de verdade que os saibam preparar para uma verdadeira cidadania."

Emília

3 comentários:

  1. Olá Romicas. Muito obrigada pela atenção que deu ao meu simples comentário. Não merece tal destaque, mas na realidade é isso que penso. Um grande beijinho e fique bem!
    Emília

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  2. Também me impressiona como é que "putos" (é que é mesmo assim) possuem topos de gama! Lá está! O mimo, os papás e mamãs que não conseguem dizer "não! Era o que mais faltava!". Eu não me queixo porque nunca me faltou nada, até tenho demais, mesmo às vezes desiludindo os meus pais e familiares, que felizmente sabem reconhecer exageros. É NOSSO DEVER TER UM BOM DESEMPENHO NA ESCOLA! É NOSSO DEVER UTILIZAR A EDUCAÇÃO QUE NOS FOI DADA EM CASA! Sim, em casa! Não são os professores que têm de educar os alunos (como vós muito bem sabeis que há pais que consideram que sim). Quando eu tiro uma nota abaixo daquilo que está ao meu alcance fico mesmo aborrecido: Os meus pais dão-me de comer, pagam-me o dentista, o passe do autocarro, o reumatologista, pagam-me um gelado, uma bebida, cargas para a minha caneta de tinta permanente, as senhas da cantina, dão-me presentes no Natal e nos anos e eu tiro estas notas da treta! Escolaridade obrigatória? Contem-me histórias! E outra coisa para finalizar: "Tenho de ir à escola, que seca!" Já que temos de ir FAZEMOS BEM! Porque se não mais aborrecido se torna. Desculpai-me também este pequeno testamento.

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    1. Estás desculpado, João. Escreve sempre o que te apetecer e dá a tua opinião.
      E não é que tens razão?!?
      Tal como vos dizia nas aulas, tanto trabalho dá fazer bem como fazer mal, por isso... façamos as coisas em condições e com vontade.
      Que tudo te corra bem e consigas melhorar as notas. Não és aluno de "notas da treta"... Vamos lá ver, vamos!!!!
      Um beijinho.

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