terça-feira, maio 25, 2010

Dia Mundial do Vizinho


Mais um dos tais dias mundiais que agora existem para tudo.

A verdade é que, embora more numa cidade pequena, passam-se semanas sem que veja os meus vizinhos. Parece impossível, mas uma delas, que mora no outro lado da rua, só encontro na escola, já que somos colegas.

Coisa incrível que é a nossa vida, sempre numa correria, de casa - escola, escola - casa e pouco mais. Sempre metida com o trabalho, com o pc e, apesar de ter um quintalito, é mais o tempo que passo dentro de casa do que o que passo a arranjar os canteiros. Ou porque não tenho tempo, ou porque está demasiado calor...

Não é apenas por falta de tempo ou trabalho a mais, mas também porque o meu feitio é esse mesmo: gosto de ficar no meu canto.

Quando era miúda e vivia num prédio em Coimbra, os vizinhos eram a nossa família. As pessoas conheciam-se desde sempre, os filhos cresciam ali desde pequenitos e havia uma ligação muito grande. Agora, já adulta, as coisas são diferentes e cada vizinho tem a sua vida.

Mas é muito bom saber que temos os nossos vizinhos no lado e à frente. Sobretudo quando temos a sorte de serem pessoas de bem, com quem podemos ter conversas agradáveis, com quem podemos partilhar as vitórias e as derrotas do clube desportivo, ou, muito simplesmente, para pedirmos uma cebola, bem na hora do jantar.

Ó vizinho, ora bom dia
como vai a saudinha?
eu não sei falar de amor...

Ó vizinho e este tempo?
a chuva dá pouco alento...
e eu não sei falar de amor...

Ó vizinho e o carteiro?
que se engana no correio...
e eu não sei falar de amor...

e soubesse eu artifícios
de falar sem o dizer
não ia ser tão difícil
revelar-te o meu querer...

a timidez ata-me a pedras
e afunda-me no rio
quanto mais o amor medra
mais se afoga o desvario...

e retrai-se o atrevimento
a pequenas bolhas de ar

e o querer deste meu corpo
vai sempre parar ao mar

Ó vizinho e a novela?
será que ele ficou com ela?
e eu não sei falar de amor...

Ó vizinho e o respeito?
não se leva nada a peito...
e eu não sei falar de amor...
refrão

Ó vizinho então Adeus
vou cuidar de sonhos meus
que eu não sei falar de amor...

1 comentário:

  1. Mais um dia que desconhecia. Sou como a Romicas, gosto de estar no meu canto, mas dou muito valor à boa vizinhança; moro em apartamento ,mas tenho uma vizinha a quem peço a dita cebola, a quem deixo a minha chave e a quem a minha filha recorre se por acaso, quando estou fora, lhe acontecer alguma coisa de mais grave; o irmão vive na Régua e pt não a pode socorrer se por acaso tiver algo de noite. Acho também que sou uma boa vizinha, embora não tenha por hábito andar de casa em casa. Um beijinho amiga!
    Emília

    ResponderEliminar