Já cá cantam!
Como diria a minha mãe, que sempre me respondia da mesma maneira, quando lhe dava os parabéns e lhe gabava a idade (chegou aos 86), "Eu já cá cheguei! Vocês não sabem se cá chegarão!".
E não, não doeu nada (ah ah ah). Aliás, nem sei dizer porquê, mas nestes últimos tempos, sempre gostei da ideia de fazer 50 anos. Como se me sentisse a crescer mais um bocadinho, ao contrário da ideia de estar a envelhecer. Felizmente, esta última palavra ainda não entrou no meu vocabulário e eu sinto-me muito bem!
Bom, há dias melhores e dias piores, mas, na verdade, sinto que ainda tenho muitas coisas para fazer e, principalmente, tenho muita vontade de as fazer. O que já não é mau!
Fazendo a revisão do que foi este meio século da minha vida, há muitas coisas que voltaria a fazer do mesmo modo, mas, apesar de tudo, há uma meia dúzia delas que faria de modo diferente, ou nem as faria mesmo. Por vezes questiono-me a mim própria do que seria a minha vida se, em vez de atravessar a rua, eu tivesse continuado no mesmo lado do passeio... as tais opções que fazemos e que mudam completamente o nosso rumo.
Há pessoas que dizem que, embora tendo 50 anos se sentem como se tivessem 18. Eu não. Eu sinto como se tivesse menos idade, mas não tão nova. Acho que estou a atingir uma maturidade, que não tem nada a ver com o que eu achava que teriam as pessoas de 50 anos, mas isto também não é novidade para mim. Sempre achei que a minha maturidade, ao longo dos anos, se fez sentir mais tarde do que devia. Com 13 anos deixei de brincar às casinhas e de "roubar" feijão da panela da minha mãe para fazer as comidinhas com uma
lamparina; comecei a ir ao café (Samambaia, Coimbra), quando estava prestes a entrar para a faculdade; ouvi a minha mãe a perguntar-me se sabia saír à noite, de autocarro, depois de já estar a trabalhar 2 anos, fora de Coimbra...
É engraçado como todas estas coisas nos vêm à ideia... isto sim, acho que já faz parte dos 50 anos: começar a recordar para trás.
Mas devo dizer que adorei festejar o meu meio século.
Fazer uma grande festa em casa? Nem pensar!
Fazer uma coisa que não faria normalmente e aproveitar a prerrogativa da idade para fazer o que já há muito tempo tinha na vontade: juntei um pequeno número de amigos, fomos jantar ao Kais, em Lisboa (pode ser que haja alguém que ainda não saiba onde é) e, depois, subimos à d
iscoteca Skones, onde dançámos música de cotas, ou seja a música dos anos 70, 80 e 90. Só parei para molhar a garganta e, o que é certo é que ainda aguentámos quase até às 4 da manhã. ADOREI!!!!
Tive um bolo lindíssimo oferecido por uma das minhas amigas, que soube, e muito bem, retratar-me na massa que trabalhou.
Não consegui juntar todos os amigos que queria, mas esteve lá a minha amiga mais antiga, já de há 45 anos, a Manuela Branquinho. Não é qualquer coisa...
Voltei a casa (tinha de ser), ainda tive um jantar com uns amigos do "estrangêro", que estão cá para prepararmos um projecto europeu e a noite terminou na mesma maneira que terminam todas as minhas noites: sentada ao computador, escrevendo mais um poste, visitando o blogue do
CAVALO SELVAGEM onde alguns amigos do Bairro onde vivi em Coimbra me dedicaram algumas palavras bem amáveis para me darem os PARABÉNS. Além disso, foi-me oferecida uma flor linda que "piquei" para a colocar aqui. Obrigada Alfredo e a todos os que, de qualquer modo, me acompanharam no meu quinquagésimo aniversário.