quarta-feira, abril 06, 2011

Já ando a dizer isto há tanto tempo...


Qualquer dia, as nossas escolas só têm "caquéticos" a arrastarem-se de uma sala para a outra, até porque já nem serão capazes de ir à sala de professores a tempo de regressar. Usarão fraldas descartáveis, para não largarem as turmas para irem à casa de banho. E todas as outras coisas próprias de pessoas idosas, esquecidas... Não que o sejam, mas que se tornem envelhecidas pelo dia a dia de gritos, indisciplina, falta de educação e tudo o mais que grassa pelas nossas escolas.
Mais uma vez eu repito: todas as nossas leis, decretos e ofícios são inventados, elaborados e enviados cá para fora, por gente que está sentada em gabinetes, no seu sossego e com ar condicionado, sem qualquer conhecimento REAL da situação REAL do que se passa nas escolas. Pelo menos é o que parece!
Mais uma vez partilho a opinião de Ramiro Marques no ProfBlog.



"Ensinar até aos 67 anos de idade?Estão loucos?



Ouvem-se vozes autorizadas a defender a idade da reforma aos 67 anos com a justificação do aumento da longevidade, envelhecimento da população e rotura financeira do sistema de pensões.

Tudo razões de peso. Vários países europeus, entre eles a Alemanha, aprovaram legislação no sentido de aumentar progressivamente a idade da reforma para os 67 anos.

Nas condições atuais de exercício da docência em Portugal, é impossível manter os professores na profissão até aos 67 anos de idade. Seria o mesmo que condená-los a uma morte precoce tal o nível de indisciplina existente nas escolas portuguesas.


Se tal acontecer, urge introduzir alterações profundas na forma como é exercida a profissão, entregando as funções sociais, de animação, administrativas e de prestação de contas a outros grupos profissionais. A animação deve ser feita por animadores, a assistência social por educadores sociais e as tarefas administrativos por assistentes administrativos.

A autoridade dos professores, dentro da sala de aula, tem de ser reforçada, colocando ao serviço deles mecanismos que travem de imediato o mau comportamento, a indisciplina e a violência verbal e física. 

Ensinar em Portugal é uma tarefa muito mais complexa e difícil do que fazê-lo nos países onde a profissão docente mantém a autoridade e se centra no ensino. Há muito que deixou de ser assim em Portugal."

2 comentários:

  1. Antigamente era assim e lembro de muitos professores que lecionaram até aos 7o como o caso do pai de meu marido, só que ele tinha o poder nas mãos, tinha autoridade para disciplinar o aluno e não havia toda esta papelada que só tira tempo aos professores. Se cada um desempenhar a sua função as coisas ficam mais fáceis; ao professor cabe a função de ensinar e tem que ter autoridade para impor disciplina aos alunos. Ao professor não se pode dar outra função a não ser a de ensinar. O problema é que, com a desculpa da falta de dinheiro, os professores cada vez são menos, as turmas cada vez são maiores e o pessoal para realizar as outras funções na escola não são admitidos por falta de dinheiro. Há cada vez mais alunos e cada vez menos pessoal para tratar deles; infelizmente não se pode contar com a ajuda da família, pois agora acham que tudo é obrigação da escola . É.... isto está mau! Tem que haver uma reviravolta muito grande no nosso sistema de ensino, porque se não houver, não havera professor capaz de dominar as feras. Um beijinho
    Emília

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  2. Querida Amiga Romicas
    Andamos todos tensos. O balcão da minha farmácia, neste interior de Portugal, é um muro de lamentações. Decresceu violentamente a natalidade.
    Os que estavam no activo (recuso acordo ortográfico), pagavam para os que gozavam a merecida reforma. A proporção chegou a ser de 7 a descontar para 1 na reforma. Agora é 1.5 para 1.
    Este problema é grave e a CGA, integrada na Segurança Social, tem os dias contados. Aliás, como beneficíos que se pensavam adquiridos. Temos que resistir pelos nossos filhos. O futuro é hoje.
    Abraço

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