sábado, dezembro 05, 2009

Pedagogia


Tenho tentado esquecer o que ouvi hoje na minha escola, mas ao receber um email com este vídeo, não resisti e vou desabafar mais um pouco.

Quando falamos do que éramos no nosso tempo e como as coisas se passavam naquela altura, há sempre alguém pronto a responder que os tempos de hoje são outros, que ainda bem que os nossos jovens são assim e, no final de contas, parece que nós é que estamos errados em pensar como pensamos.

Com todos os cuidados e planos de contingência que temos nas nossas escolas, por causa da H1N1, todos os dias há alunos a faltar às aulas e, ultimamente, a sala de isolamento tem tido alguma "clientela".
Qual não foi hoje o meu espanto ao encontrar uma Directora de Turma que vinha pasmada com o que se tinha passado: uma aluna (que por acaso também é minha), de 10 anos, simplesmente se tinha recusado a colocar a máscara, apesar de 3 adultos terem tentado fazê-la ver e compreender a situação. Uma das pessoas é da direcção da escola e nem assim a bendita CRIANÇA aceitou o facto de TER DE OBEDECER e colocar a máscara na boca para sua protecção e dos outros.

Eu acho isto, no mínimo, INCRÍVEL!!! e INACEITÁVEL!!! Tanto como mãe como professora, eu não posso aceitar que uma coisa destas aconteça. E pergunto o que será esta CRIANÇA em casa, com os pais, quando tem uma actuação destas com outros adultos a quem ela deveria reconhecer autoridade. Se com 10 anos isto acontece, quero ver o que será, digamos, daqui a 3 anos, quando entrar na adolescência, a tal "idade da prateleira". No próximo ano, acreditem, já se notará alguma evolução.

Sei que tenho 50 anos e a minha infancia e a minha adolescência não teve nada a ver com o que se passa hoje em dia. No entanto, a educação e o respeito não têm idade e nem podem ter data ou século. Têm de existir SEMPRE entre as pessoas e as CRIANÇAS, na idade em que o são, é que devem aprender o que quer dizer o SIM ou o NÃO, o PODES ou o NÃO PODES, o DEVES ou NÃO DEVES. É esse o nosso papel, de ADULTOS, de PAIS, de PROFESSORES.
Não invertamos as coisas e não permitamos que sejam as crianças a dizerem aos adultos o que deve ser feito. Uma sociedade não pode crescer correctamente dessa maneira.

O vídeo exagera um pouco em alguns aspectos, mas que fala muita coisa certa...lá isso fala.

2 comentários:

  1. Achas que exagera?

    Subscrevo tudo o que ele diz e assino por baixo. Como pai e como professor!

    Mas ai de ti se tocas num cabelo dos meninos... Se for cigano ou daqueles mais «adoráveis»... lá se vão os pneus do carro. No mínimo!

    ResponderEliminar
  2. Sabe, Romicas, um dia li um artigo que falava da normose como sendo a peste do sec.XXI. De tanto vermos atitudes irracionais e chocantes ficamos de tal maneira anestesiados que passamos a considerar tudo normal; desculpamos, dizendo que é fruto dos dias de hoje,que as coisas não podem ser como antes etc, etc;deixamos de reagir, simplesmente! Coisas absolutamente absurdas começam a ser consideradas normais; com as crianças está precisamente a acontecer isso; as crianças hoje são diferentes...os tempos são outros...temos que entender a atitude dos pais etc, etc; o que antigamente se considerava uma grande falta de educação hoje é visto como normal: anormal é ver uma criança atenciosa, respeitando os outros, obedecendo aos mais velhos e sabendo que tem de cumprir o seu dever seja ela de que idade for. Eu tenho tentado não me contaminar com essa tal da normose; para mim criança deste tipo não tem a mínima noção do que é certo ou errado e digo-lhe com toda a sinceridade: tenho pena dela, pois vai sofrer muito na vida quando reparar que o mundo não gira à sua volta; continuo a ficar chocada com crianças deste tipo, com os pais e com muitas outras atitudes que vejo no ser humano; da normose hei-de ficar livre nem que precise de me vacinar. Um beijinho, amiga e parabéns pelo tema
    Emília

    ResponderEliminar