Quem me conhece, deve estar bem admirado por, até hoje, quase uma semana passada, ainda não ter escrito nada sobre a minha ida à Grécia e à Turquia. Mas a verdade é que tenho tido tanta coisa para fazer e as fotografias para arranjar (e acreditem que são muitas...), que tenho adiado o que quero escrever.
Tal como diz a minha comadre Teresa, ela escreve e eu conto o que vivo com as fotos que tiro. Por isso, vou tirando a tudo e mais alguma coisa, para desespero dos que me rodeiam. Acho que alguns chegam mesmo a achar ridículo que eu vire a objectiva para a esquerda e para a direita e, por vezes, demore a tirar uma ou outra foto. Mas é disso que eu gosto mesmo!
Bom, voltando à viagem, convém dizer que não fui a turismo. Foi um curso/seminário que começou em Thessaloniki e terminou em Istambul, percorrendo os vários lugares onde estiveram grandes palácios, igrejas católicas hoje mesquitas, locais de grandes invasões turcas, Tróia e o seu cavalo... enfim, uma viagem cultural, antecedida de algum trabalho, intervalada com dramatizações, poemas, traduções e terminando agora com relatórios. Mas, como eu costumo dizer, foi tudo por uma boa causa.
Desde sempre, esta viagem foi a realização de um sonho: ir a Istanbul. E adorei, claro!
Mas até chegar lá, houve muita coisa para ver, fazer e conhecer.
Começámos por estar no sopé do Monte Olimpo, onde foi lida a lenda da mito da Europa nas diferentes línguas dos participantes dos vários países. Em Philippi, foi tempo de dramatizarmos a morte de Brutos, tendo eu sido Messala. O engraçado foi termos decidido representar em inglês e na língua de cada um dos "actores". No teatro em Tróia, representámos a morte de Hector e, dias mais tarde, declamámos poemas e o Credo nas ruínas de uma igreja católica.
Visitámos igrejas católicas, que agora são Mesquitas; grandes anfiteatros; traços de várias épocas de povos grandiosos, grandes invasões...; assistimos à destruição, pelo fogo, de duas casas, deixando sem nada os donos que, muito provavelmente, pouco teriam; vivemos, por dois dias, numa pequeníssima aldeia turca, onde as crianças nos mostraram o qu
e aprendiam a fazer na escola e disseram que o que mais gostam na sua terra são as flores e os frutos; procurámos vestígios históricos nos caminhos e nas montanhas que subimos...
Enfim, foram tantas as coisas que fizemos durante os dez dias, que nunca mais sairia daqui. Não apenas a relatar tudo o que vivemos, mas também a transmitir o que eu ia sentindo ao olhar pela janela do autocarro ou quando, depois de subir bastante, me virava e olhava tudo em meu redor. Apetecia-me sentar e ficar em silêncio a absorver tudo, mas logo o Fokko nos mandava seguir e não tinhamos tempo para mais nada. Havia sempre mais e mais para ver.