domingo, maio 31, 2009

Praça dos Açores, Coimbra


[Por Carlos Oliveira]

Esta era uma das pracetas que eu tinha de passar quando ia para o Liceu Infanta Dona Maria, em Coimbra.
Na altura, era quase só "mato" e eu não tinha autorização para ir por lá. Não por causa dos namorados que por lá poisavam, mas simplesmente porque, na altura, os meus pais achavam que eu ia dar uma volta desnecessária e, pelo outro lado, pela ladeira, sempre ia direitinha ao cruzamento que tinha sempre um polícia para nos atravessar. Só que o ir pela praceta era muito mais emocionante e dava para encontrar as minhas amigas da Rua de Angola, que, apesar de serem minhas vizinhas na Daniel de Matos, ficavam muitas vezes em casa dos avós, na outra rua do Bairro.
Fico bem contente ao ver como ficou bonita a Praça dos Açores e espero que, muitas crianças, tirem proveito do que lhes é oferecido naquele espaço para brincar.
Resta saber qual será o novo nome da Praça...
(...)
Fiquei a saber que o Parque Infantil se chamará "Encontro de Gerações".
BOA!!!

sexta-feira, maio 29, 2009

Professores a entrarem na escola

É triste, mas esta é, cada vez mais, a realidade das nossas escolas.
Agora, imaginem como será ao final de um dia de trabalho...

quinta-feira, maio 28, 2009

Só eu sei porque não vejo a TVI



Embora esta conversa já se tenha passado há alguns dias e seja sobejamente conhecida pela maioria das pessoas, não resisto a colocar aqui o vídeo. Pode sempre haver alguém que não tenha visto (eu não tinha, até hoje) e acho que não se deve perder.
Agora confirmo as minhas suspeitas quanto ao facto de quase nunca ver a TVI, principalmente o seu telejornal. Além de todas as desgraças que são notícia do princípio ao fim, realmente a Manuela Moura Guedes deixa muito a desejar.

quarta-feira, maio 27, 2009

Final da Liga dos Campeões


Para quem é aficionado do futebol, até o Google dá a sua participação neste dia de final da Liga dos Campeões.
Mais do que do futebol, eu sou "aficionada" dos logo do Google, por isso aqui deixo o de hoje, para quem ainda não tenha visto.

terça-feira, maio 26, 2009

Vamos aligeirar um pouco as coisas

Será que muita gente sabe disto?


Nas minhas andanças pelos blogs vizinhos, vou descobrindo coisas que me deixam de boca aberta.
Falamos nós das escolas, mas o mal está enraizado em todos os organismos e por todo o lado vamos encontrando mentes corruptas, sempre com o intuito de enganar o parceiro.
Leiam isto que encontrei no Sem Rede e que ilustra bem o que acabei de escrever:

Critérios sem critério nas provas de aferição

" Tal como centenas de outros professores, fui seleccionado para corrigir provas de aferição do 2º ciclo. O GAVE, o organismo que é responsável por exames e provas de aferição, coloca as orientações de correcção num documento público intitulado "critérios de classificação" (http://www.gave.min-edu.pt/np3content/?newsId=7&fileName=PA_LP_Criterios_de_Classificacao_2__Cicl.pdf).

Para além desse documento, são realizadas reuniões com os correctores nas várias unidades de aferição.

Como corrector, seria, supostamente, responsável pela classificação de um certo número de testes. Ora não é nada disso que acontece, pelos seguintes motivos:

  1. De acordo com a metodologia do GAVE, os correctores limitam-se a registar códigos que descrevem a tarefa ou resposta do aluno como totalmente certa, parcialmente certa ou errada.
  2. Os critérios de classificação publicados sofrem alterações de última hora, durante as reuniões nas unidades de aferição.
  3. O professor corrector regista os códigos numa folha de cálculo que não inclui nenhuma rotina que lhe permita saber o resultado final do teste.
  4. Essa parte é deixada para um núcleo de especialistas que a partir dos dados das grelhas de correcção decide a classificação de cada teste nas categorias A, B, C, D e E.

Esta metodologia merece-me os seguintes reparos:

  1. Os critérios publicados pelo GAVE não o são verdadeiramente, pois não explicitam as condições que permitem decidir a classificação de um dado teste.
  2. Ninguém fica a saber o peso de cada item dentro de cada domínio: leitura, escrita e conhecimento explícito da língua.
  3. Igualmente, ninguém sabe o peso que tem cada um dos grupos de questões na definição da classificação final (A, B, C, D, E).
  4. De acordo com o que sei de folhas de cálculo, parece-me que não há qualquer dificuldade técnica em disponibilizar numa folha ou num conjunto articulado de folhas de cálculo, a parte que permite chegar ao resultado final, quer sob a forma de médias ponderadas, quer sob a forma de condições.
  5. Ainda que a dificuldade técnica aconselhasse a não inclusão dessas rotinas na grelha de correcção, critérios e cotações deviam ser publicados para o grande público, já que as instruções para o professor corrector são-no.
  6. O facto de o não ser leva-me à conclusão de que esta reserva é intencional.
  7. Uma vez que não são publicados juntamente com o teste, o peso de cada questão e o peso de cada grupo no resultado final podem ser politicamente manipulados a posteriori, na busca de uma cotação que melhor sirva os interesses da tutela
  8. Quem faz um teste de aferição, interpreta o programa de língua portuguesa, onde o peso de cada domínio é explicitado. Escolhe questões ou tarefas para verificar o nível de compreensão da leitura, por exemplo. As questões não têm necessariamente o mesmo peso quer devido à informação que dão quer devido ao trabalho que exigem do estudante. Por isso, estabelecer a cotação de cada grupo de questões e a de cada questão é uma parte importante da elaboração do enunciado. É inaceitável que essa parte não venha a público ou seja deixada ao critério de outros especialistas.

Finalmente, a título de exemplo, acrescento que nos testes nacionais ingleses, que também são provas de aferição, para o Key Stage 2 (6º ano, 11 anos), ao lado de cada questão aparece a sua cotação mark), como informação relevante para o aluno. Estes testes têm normalmente 3 partes, e muito transparentemente, têm cotação total de 100. Veja por exemplo a parte da compreensão da leitura do teste de 2007, que vale 50 dos 100 pontos. Clique Aqui para o teste. Para o texto, clique neste sítio).

Se a argumentação para não dar essa informação tem a ver com tecnologia, tenho que concluir que é um óptimo exemplo de como ela serve para tornar as coisas mais obscuras e para manipular o trabalho de profissionais competentes. "

segunda-feira, maio 25, 2009

Festival Islâmico em Mértola



No fim-de-semana que passou, foi o Festival Islâmico, em Mértola.
É engraçado, que sempre associei esta pequena vila à nossa ida para o Algarve, e nunca tinha imaginado que poderíamos fazer tantos quilómetros para irmos a um Festival. E afinal, foi um sábado muito agradável. Só foi pena que, no restaurante onde almoçámos, tivessem acabado as enguias fritas com arroz de tomate. Hummm, deviam estar saborosas e bem fritinhas... Fiquei com a água na boca.
Bom, o festival trouxe mais um pouco de umas civilizações diferentes das nossa. Mais uma vez, gostei de ver as cores e as gentes, de sentir os cheiros e de ouvir os sons... Tudo diferente do que nós temos no nosso dia-a-dia.
De certo modo, cheguei a sentir-me transportada para o Grande Bazar e para o Bazar da Especiarias, em Istanbul, ainda que em menor dimensão.
O pior de tudo é que eu sou uma péssima compradora e não dou luta aos vendedores. Toda a gente sabe que é "obrigatório" regatear os preços e que, em certos casos, chega a ser uma ofensa não o fazer. Mas, que hei-de fazer, se não está na minha índole dizer que só pago 20 por uma coisa, cujo preço que me pedem é 80...?!? Para isso, quem tem muito jeitinho é o meu filho. Quem diria que, com 14 anos, já regateia como gente grande? E o que é certo, é que conseguiu fazer as compras todas que quis e a uns preços incríveis!
Aconselho a que, se puderem, vão a Mértola no próximo ano. Ou antes, como a minha amiga Célia informou daqui a dois anos, já que este festival só acontece de dois em dois anos. (Obrigada, Célia!)

sexta-feira, maio 22, 2009

E como será daqui a mais 40 anos?


Daqui a 40 anos, ainda haverá escola?

Um artigo muito interessante, sim senhora!

Vale a pena ler


Não resisto a partilhar, neste espaço, o que alguém tão bem escreveu, como forma de deitar cá para fora o que muitos pensam.
Se quiserem ir à fonte, vão aqui.


"Democracia, Eleições e... Papagaios!

Ora bem, após uma licença sabática a que me dediquei, para um tempo de meditação «bloguica» sem saber o que queria que o Blog fosse, dei por mim a disputar umas eleições!... Umas eleições, estão a ver??? Pois é, quem me conhece poderá pensar: Será que o rapaz se passou?! Não, nem por sombras!! Nunca gostei de política, pelo menos esta política «à la portugaise», tão fértil em jogos rasteiros, de bastidores, com tantas jogadas de pessoas que, como um político tão bem disse, quando se referiu ao nosso primeiro, «com algum conflito com a sinceridade e honestidade»... E assim foi. Como trabalho numa escola (em Parvónia de Cima) e estamos na época de arranjar um Director, vi-me na eminência de ter de fazer algo. (Não, não me candidatei a Director, isso não!) Interroguei-me (e interrogaram-se muitos): «É esta a Escola que eu quero, onde tenho prazer em ensinar?» Já imaginam a resposta: um rotundo NÃO! Ou melhor, muitos NÃO! Começamos a falar, analisamos no que se tinha tornado a escola, identificámos os problemas e vimos algumas soluções. E concluímos que havia que fazer algo! Juntou-se uma equipa que analisou e, após várias reuniões, decidiu que o rumo que a nossa escola estava a tomar não era o mais correcto nem aquele para que tinhamos sido preparados: - a indisciplina grassava, - os melhores alunos partiam para a escola vizinha, ficando só aqueles que, na melhor das hipóteses, são os «turistas» do nosso sistema de ensino... - o insucesso tinha números impressionantes... E, na boa fé dos nossos propósitos, fizemos um Projecto, onde detectámos os (infelizmente muitos) problemas da nossa escola, propusemos as soluções, com honestidade e jogo limpo. Ah, pois... Jogo limpo... O célebre «fair play»... Que ingénuos! Começámos a acreditar naqueles que nos davam pancadinhas nas costas, dizendo «boa, boa, está na hora da mudança», «a escola tem de melhorar», «queremos qualidade», e nós, ingenuamente, acreditámos. Com a força deles, com mais força ficámos. «Democracia» e «Verdade»... Mas que grandes palavrões... Devo lembrar que foi com a palavra «Democracia» que Adolph Hitler conseguiu, já no distante Verão de 1932, vencer as eleições, numas eleições «livres», tipo... Estão a ver, certo? No tempo do Adolfo não havia telefones nem telemóveis para se contactarem os votantes, nessa época havia umas organização chamada de SS que nas horas vagas fazia concursos de partir janelas e montras... E conseguiam ser bastante persuasivos, aqueles rapazes de camisa preta! E vocês sabem como acabou essa história! Hoje a persuasão trabalha a um outro nível, com «classe»! Trabalha-se com luvas do melhor material, de gente com dom da palavra, daqueles que até vendem frigorificos aos esquimós no Polo Norte, que ameaçam suavemente, com, digamos, muita «panache», que fazem viagens turísticas a todo o lado para «espalhar a palavra», que esperam os votantes à porta do local de trabalho, que os visitam em casa... Não! Não falo em ninguém em especial, falo só dos nossos políticos, que campeiam nas nossas cidades, nos nossos governos, nas nossas escolas... Parece que o molde é igual, só a roupa é que muda. É esta gente que faz os freeports, as fundações, as negociatas, os desfalques nos (pobrezinhos!) bancos, que gastam os nossos euros em viagens, convenções, viagens gastronómicas e que, ébrios de poder, só querem mais poder! O Poder pelo Poder. Porque sem ele, não são nada. Tornam-se pequeninos, como qualquer normal mortal, que quando feridos, sangram. Mas no cadeirão do Poder julgam-se Zeus. «O Poder corrompe e o Poder Absoluto corrompe absolutamente», já dizia John Emerich Edward Dalberg-Acton, mais conhecido por Lord Acton. Capice?... Pois é, estou chateado, pois perdemos a eleição! Como? Posso apontar três hipóteses: 1. Mesmo depois de tanta análise, proposta, apoio de TODA (sim, toda) a comunidade educativa, possivelmente a nossa mensagem não terá passado. Talvez o Projecto apresentado ao Conselho Geral estivesse escrito em hebraico... 2. Houve factores sobrenaturais de índole... esquisita. Talvez as pessoas tivessem sido hipnotizadas com aquele «charme discreto» daqueles que muito dizem mas nada significam, onde as palavras são extremamente bonitas mas são como aquelas uvas muito bonitas que, apesar de muito espremidas, não dão vinho de espécie alguma, nem sequer para encher um copo... 3. Ou se calhar somos nós que estamos errados! A Escola está uma maravilha! O Sucesso é magnífico! Todos os nossos cursos são uma referência a nível nacional... não, mundial! As relações pessoais são do melhor, a sinceridade e a honestidade são os dois principais bastiões da nossa escola! Enfim, a Vida é Bela! Brindo a ela com o copo do meu melhor vinho, comprado no Modelo (e pago por mim!) Mas por muito que nos queiram adormecer, estaremos sempre despertos. Como diria a escritora francesa Françoise Sagan: «A felicidade para mim consiste em gozar de boa saúde, em dormir sem medo e acordar sem angústia.»

Por isso, meus amigos, sejam felizes! papagaio"

quinta-feira, maio 21, 2009

Dia da Espiga


O Dia da Espiga, coincidente com a Quinta-feira da Ascensão, é uma data móvel que segue o calendário litúrgico cristão e que este ano é celebrada hoje, a 21 de Maio. Hoje já são poucas as pessoas que ainda vão ao campo nessa quinta-feira, deixando as suas obrigações, para apanhar a espiga, ou que se deslocam às igrejas para participar nos preceitos religiosos próprios da data.

"Tempos houve em que, de norte a sul do país, esta foi uma data faustosa, das mais festivas do ano, repleta de cerimónias sagradas e profanas, que em muitas zonas implicava mesmo a paragem laboral. A antiga expressão “no Dia da Ascensão nem os passarinhos bolem nos ninhos” deriva dessa tradição. A origem gaudiosa deste dia é, contudo, muito anterior à era cristã. Este dia é um herdeiro directo de rituais gentios, realizados durante séculos, por todo o mundo mediterrâneo, em que grandiosos festivais letargia, de intensos cantares e danças, celebravam a Primavera e consagravam a natureza. Para os povos arcaicos, esta data, tal como todos os momentos de transição, era mágica e de sublime importância. Nela se exortava o eclodir da vida vegetal e animal, após a passagem dosmeses frios, e a esperança nas novas colheitas. A Igreja de Roma, à semelhança do que fez com outras festas ancestrais pagãs, cristianiza depois a data e esta atravessa os tempos com uma dupla acepção: como Quinta-feira de Ascensão, para os cristãos, assinalando, como o nome indica, a ascensão de Jesus ao Céu, ao fim de 40 dias; e como Dia da Espiga, ou Quinta-feira da Espiga, esta traduzindo aspectos e crenças não religiosos, mas exclusivos da esfera agrícola e familiar. O Dia da Espiga é então o dia em que as pessoas vão ao campo apanhar a espiga, a qual não é apenas um viçoso ramo de várias plantas - cuja composição, número e significado de cada uma, varia de região para região –, guardado durante um ano, mas é também um poderoso e multifacetado amuleto, que é pendurado, por norma, na parede da cozinha ou da sala, para trazer a abundância, a alegria, a saúde e a sorte. Em muitas terras, quando faz trovoada, por exemplo, arde-se à lareira um dos pés do ramo da espiga para afastar a tormenta. Não obstante as variações locais, de um modo geral, o ramo de espiga é composto por pés de trigo e de outros cereais, como centeio, cevada ou aveia, de oliveira, videira, papoilas, malmequeres ou outras flores campestres. E a simbologia de cada planta, comumente aceite, é a seguinte: o trigo representa o pão; o malmequer o ouro e a prata; a papoila o amor e vida; a oliveira o azeite e a paz; a videira o vinho e a alegria; e o alecrim a saúde e a força. Além destas associações basilares ao pão e ao azeite, a espiga surge também conotada com o leite, com as proibições do trabalho e ainda com o poder da Hora, isto é, com o período de tempo que decorre entre o meio-dia e a uma hora da tarde, tomando mesmo, nalguns sítios do país a designação de Dia da Hora. Nas localidades em que assim é entendida esta quinta-feira, acredita-se que neste período do dia se manifestam os mais sagrados e encantatórios poderes da data e nas igrejas realiza-se um serviço religioso de Adoração, após o qual toca o sino. Diz a voz popular que nessa hora “as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e até as folhas se cruzam” . Nalgumas povoações era também do meio-dia à uma que se colhia a espiga. Noutras regiões ainda, esta data é dedicada ao cerimonial do leite. Na aldeia da Esperança, no concelho de Arronches, este é aliás o “Dia do Leite” e os produtores de queijo ordenham o seu gado e oferecem o leite a quem o quiser. Também em Guimarães, e em muitas freguesias do concelho de Pinhel, o leite ordenhado neste dia é oferecido ao pároco. Em Santa Eulália, no concelho de Elvas, esse leite é dado aos pobres, acreditando-se assim que a sarna não atingirá as cabras. Nas zonas onde esta data é associada à abstenção laboral, cessam-se muitas actividades como a cozedura do pão ou a realização de negócios. Na Lousada, em Penafiel, não se cose nem se remenda e há quem deixe comida feita de véspera para não ter de cozinhar neste dia. No que diz respeito ao sul do país, e sobretudo na actualidade, a maioria das tradições do Dia de Espiga resume-se à apanha do ramo da espiga, ao qual, em muitos sítios, se adiciona também uma fatia de pão, para que durante todo o ano não falte este alimento em casa."

Houve um ano, quando ainda só existia a Escola Preparatória D. Manuel I, onde eu era professora, que, toda a escola saiu para os campos e se fez a apanha da espiga. À hora de almoço regressámos com as mãos cheias de espigas, mas com a sensação de termos feito algo diferente e, sobretudo, a boa sensação de haver uma partilha na participação de uma actividade levada a cabo por professores e alunos. Era no tempo em que os alunos ainda achavam piada saír para estas coisas simples, como também depois foi o desfile das Maias.

No ano em que houve o desfile das Maias, todas as professoras de EVT trabalharam com os seus alunos, fazendo fatos de papel branco, que os rapazes e raparigas exibiram pelas ruas, num ritual à fertilidade e à Primavera. Cada um queria "brilhar" mais que o outro e foi um reviver muito bonito, principalmente para as pessoas da cidade que afluíram às ruas para ver o desfile.
Mas foi só nesse ano, e agora apenas temos o Carnaval.

quarta-feira, maio 20, 2009

A verdadeira história da avaliação dos professores


"Como professora, tenho recebido montes de emails sobre a situação actual, o que, de certo modo, também já se torna um pouco saturante, até porque se chega a receber o email que nós próprios enviámos. No entanto, por vezes ainda aparece um ou outro que consegue surpreender ou, pelo menos, cativar a nossa atenção. É o caso deste texto que resolvi colocar aqui.

A verdadeira história da avaliação dos professores

A história que vos conto na primeira pessoa passou-se numa escola qualquer. No inicio de mais uma aula houve um grupo de 3 ou 4 alunos que se dirigiram a mim. Perguntaram-me porque é que andava tão triste e aborrecido. Não lhes pude mentir. Respondi que era por causa da avaliação dos professores, mas que não tinham com que se preocupar, que isso era problema de adultos.
Eles retorquiram que eles também eram avaliados e que não viam qual era o
problema em o professor ser avaliado.
Percebi que podia ali, naquele
momento, fazer com eles uma pequena brincadeira de criança.
Mandei sentar e pedi silêncio à turma toda, para fazermos um pequeno jogo que não levaria mais de cinco minutos da minha aula.
Disse à turma que na próxima avaliação da Páscoa, em vez de os avaliar pelo trabalho e aprendizagens desenvolvidas resolvi mudar para um novo modelo de avaliação. Eles perguntaram logo: então como vai ser? Peguei num pau de giz e escrevi no quadro:
Cinco-
Quatro-
Quatro-
Quatro-
Quatro-

Quatro-


- Para que é isso? Perguntaram eles. Então só há um cinco? E esses quatros são
para quem?
- Prestem atenção, disse eu.
Abri o livro de ponto na página das fotos dos 20
alunos da turma e fechando os olhos apontei com o dedo ao acaso. Abri os olhos e disse:
- João.

- Diga, disse ele surpreendido.

- Vem ao quadro e coloca o nome dos teus colegas que merecem estas notas na
Páscoa.
- Não, não vou, disse ele, o professor é que sabe, para isso estudou e tem experiência.
- Tens de vir, senão marco-te falta,- obviamente a brincar.

- Mas tem mesmo que ser? Voltou ele.

- Sim.

Levantou-se e aos poucos preencheu a lista com os nomes daqueles que ele entendeu. Perguntei eu de seguida à turma: estarão bem atribuídas as notas? A turma disse em coro um afinado Não. Perguntei de novo à turma: quem depois das escolhas do João continuava a ser amigo dele como era antes? Ninguém se manifestou, um silêncio de morte invadiu a sala. Para terminar perguntei ao João:
- Como te sentias contigo e com os teus
colegas, se este jogo fosse verdade? E eles contigo?
Respondeu:
- Tristes e aborrecidos.

Estava dada a primeira lição de vida da aula.
Espero que o João ou outro aluno nunca venham a experimentar este jogo na realidade. Para bem do bom relacionamento interpessoal nas suas futuras profissões, numa sociedade em que as relações humanas são desvalorizadas em detrimento das tecnologias obsoletas que nos metem à frente.
Para os adultos deixo as 3 principais razões pelas quais
me sinto triste e aborrecido com este modelo de avaliação:
1º *(e desculpem os meus futuros avaliadores)* Porque não reconheço
legitimidade nem competência em nenhum colega meu para qualificar ou quantificar o meu desempenho enquanto professor;
2º *(e para desagrado de alguns) *Porque não me sinto nem superior, nem
inferior em nada comparativamente aos meus colegas de profissão, independentemente da sua experiência ou situação profissional.
3º *(em sinal de desagrado com o acomodar de outros) *Porque no lugar de
avaliador, seria incapaz de distinguir os meus semelhantes sabendo que avaliaria uns em prejuízo de outros, pois quer queiram quer não, é do que se trata quando lidamos com um modelo por quotas. Aqui assumia as consequências pessoais da não avaliação ou classificaria a todos com nota máxima, porque só assim poderia voltar a deitar a cabeça na almofada à noite com a consciência tranquila. Note-se: As minhas aulas estarão abertas a observação, não 2, nem 3 vezes por ano, mas sim tantas, quantas vezes nelas eu estiver presente.

Assinado:
O professor que entregou os obje
ctivos individuais chantageado pela impossibilidade de acesso à carreira.
O professor que tem dezenas de dias de faltas por doença, umas por esse
motivo, outras porque para além de professor é um ser humano com vida para além da escola, sim porque há vida para além da escola, alguns é que a não têm.
O professor que se está pouco importando para aquilo que os outros pensam
mas que se levanta de manhã tão-somente pelos seus alunos.
O professor que no respeitante ao seu desempenho, continuará a ser o que
sempre foi. "
(in email)


quarta-feira, maio 13, 2009

Curioso...

Sempre achei que os burros, por muito bonitos que sejam, têm um ar que transmite uma certa tristeza. Agora, imaginem um burro sem as suas orelhitas espetadas... Há aqui alguma coisa estranha. O que terá acontecido? Nasceu assim? Algum acto bárbaro de cortar orelhas aos burros? Nunca tinha visto. Curioso...

[Kunurlar]

Este é o momento de deixarmos Istanbul. E tal como acontece com tantas coisas na Turquia, também este é um momento em que há algo que chama a atenção: Fahir atira água, à medida que o autocarro se afasta, para desejar que a nossa viagem seja boa, como o deslizar da água, na procura do seu caminho. O mesmo já tinha acontecido em Kunurlar, quando o pai de Fahir atirou água, enquanto a mãe escondia as lágrimas. Curioso...


Quem diz que os turcos não bebem álcool? Sei que esta vista é do nosso hotel, mas então o que dizer da bebida tradicional Yeni Raki? Eu gostei imenso e até trouxe comigo. Quanto à cerveja, bebemos em todo o lado, à excepção do nosso último jantar em Istanbul, porque estávamos num antigo mosteiro e não serviam bebidas alcoólicas.

segunda-feira, maio 11, 2009

What is that?


Não faço comentários.
Apenas que as lágrimas se soltaram.
Gostaria que muita gente visse este vídeo!

domingo, maio 10, 2009

Mais uma polémica

Não consigo compreender as pessoas nem aceitar muitas das atitudes que tomam. E não importa se são figuras de Estado, se é o meu vizinho do lado ou mesmo o Papa. Aliás, neste último caso, até acho que as coisas se tornam mais graves.
O facto é que, cada vez que o Papa se desloca a algum país, parece esquecer de preparar a viagem ou antes, quem o rodeia parece esquecer de o preparar convenientemente. E depois surgem as polémicas que, só por acaso, parecem ser sempre por culpa de outrem.
Então, não é que o protocolo se esqueceu de avisar o Papa de que deveria descalçar-se antes de entrar na mesquita?!? Quanto ao rezar, já poderá ser discutível, embora uma mesquita seja um local de culto, não importando a religião ou o modo como se reza (mas esta é apenas a minha opinião, que, em questão de rezas, sou um pouco "suspeita").
Que uma pessoa do povo, como eu, saiba essas coisas e o faça, não é de admirar... Afinal de contas, antes de viajar, procuro informar-me dos costumes e tradições e, em caso de países muçulmanos, sei que há diferenças a respeitar, quer eu possa ou não concordar. Mas eu sei que estou no país de outro povo e, se quero e gosto que me respeitem enquanto cidadã portuguesa, também o faço no país dos outros. Não me custa nada e fico sempre bem.
Ainda agora na Turquia, tive sempre o cuidado de me aperceber o que poderia, de algum modo, ser ofensivo para os que me rodeavam. Nas mesquitas usava um lenço na cabeça, tirava SEMPRE os sapatos à entrada (quem não sabe isto?) e, no final, quando a situação o pedia, sempre acrescentava teşekkür ou teşekkürler (obrigada ou muito obrigada), sem sentir que com isso me estivesse a forçar a alguma coisa. Aliás, mesmo no meu país, faz parte do meu vocabulário, usar o bom dia, boa tarde, se faz favor, obrigada, sem qualquer esforço. Sei que para algumas pessoas isso é um problema enorme, e para os nossos jovens, então, são palavras usadas nos séculos passados.
Pois é, Sr Papa, é melhor informar-se melhor sobre os países que visita, deixar-se "descer" ao nível das outras pessoas, para que não sejamos obrigados a pensar que o catolicismo é uma religião prepotente e com tendências a pensar que é superior às outras religiões.

Diversidade Europeia

Mas as cores, os cheiros, as maneiras de ser, também se podiam encontrar nas diferentes pessoas, que faziam parte do nosso grupo.
Era um grupo grande e havia gente dos mais variados países da Europa, com toda a diversidade que daí se pode adivinhar.
Foi giro que, logo de início, dois países extremos encontraram-se num banco do aeroporto e, desde logo, houve uma certa empatia, vamos lá saber porquê: Portugal e Finlândia, na minha pessoa e na de Anneline, ambas baixias, risonhas e gostando de dançar, como mais tarde comprovámos ao dançar músicas turcas e gregas (além da valsa), em Kunurlar.
O Frédéric, de França, fez este quadro com uma foto de cada um, ao qual eu apenas juntei as bandeiras, para identificar o país.

Não fazíamos um belo ramalhete?

sábado, maio 09, 2009

As cores e os cheiros da Turquia

Nesta minha saída por terras gregas e turcas, várias foram as coisas que me agradaram. Umas mais que outras e confesso que, talvez por ter visto mais a pormenor, a Turquia ficou-me mais marcada e espero, de facto, poder lá voltar. Ainda ficou tanto para ver...
Em Istanbul, bem como em Bursa, foram as cores e os cheiros que me atraíram, bem como as diferenças culturais que são notórias.
Por isso, e como estou a ver que ainda vou demorar um pouco mais a colocar as fotos no Panoramio, deixo aqui algumas para que fiquem, desde já, com "água na boca".

[Istanbul]


[Istanbul, Grand Bazzar]

[Istanbul, Grand Bazzar]

[Istanbul, Grand Bazzar]

[Istanbul, Mercado Egípcio]

[Istanbul, Mercado Egípcio]

[Istanbul, Mercado Egípcio]

[Istanbul, Mercado Egípcio]

[Istanbul, Mercado Egípcio]

É engraçado que, pensando que estávamos no mercado das especiarias, se poderia imaginar uma confusão de cheiros enjoativos, mas não. Era uma mistura suave, agradável e que, logicamente, nos transportava para cenários bem diferentes àqueles a que, normalmente, estamos habituados. Quase dava para imaginar uma enorme tenda de algum grande "chefe" turco, rodeado dos seus amigos, todos eles a fumarem os cachimbos de água e alguns fumos saindo de lamparinas estrategicamente colocadas para darem um ambiente asiático... (acho que ando a ver muitos filmes...)

[Istanbul, Mercado Egípcio]

[Bursa]

[Para rezar na Mesquita]

[Bursa, Mercado das Sedas]

quarta-feira, maio 06, 2009

Istanbul

Como me sinto cansada e com pouca vontade para escrever, hoje corro o risco de postar mais um vídeo que recebi num email.
A viagem a Istanbul ainda está "fresca", por isso cá ficam estas imagens muito bem "trabalhadas"...

terça-feira, maio 05, 2009

Amor de mãe... Coragem de filho

segunda-feira, maio 04, 2009

Coimbra

Neste fim-de-semana prolongado fomos a Coimbra. A Queima das Fitas é sempre uma referência para quem viveu e/ou estudou na cidade dos estudantes e eu não saio à regra.
Foram 3 dias bastante educativos.
Visitámos a Feira do Livro, andámos pelas ruas da cidade, vendo como a nossa juventude vive os seus festejos e, entre outros afazeres, decidimos que, finalmente, iríamos tentar visitar o Convento de Stª Clara-a-Velha, recentemente recuperado, após tantos anos de tentativas.
Adorámos!
É impressionante, para quem conheceu aquele monumento enterrado até quase metade da sua altura, em terra e água, ver como está agora e imaginar o trabalho feito para se conseguir ter um convento tão bonito. Aliás, não é preciso puxar muito pela imaginação, porque, além do Museu com as peças encontradas nas escavações e que retrata tão bem a vida das freiras, também existe um espaço onde o visitante pode visionar um filme sobre tudo o que foi feito. E são uns minutos muito bem empregues! Apenas há um "senão". A dificuldade com as pessoas se deparam para encontrar a entrada para as ruínas. Foram várias as pessoas que, ao nos verem lá dentro, nos gritaram a perguntar como lá entrarem. É perfeitamente ridículo o que se passa naquele espaço, com tantos visitantes e não haver uma só placa a indicar a entrada do museu e das ruínas.
Mas houve outra coisa igualmente agradável: finalmente fui tomar a bica ao Samambaia, no domingo, com algumas das pessoas do Cavalo Selvagem. Como já imaginava, os minutos foram passando entre recordações do Bairro e notícias das Rotas ou de novas combinações. O Janeca tirou as fotos para perpetuar o momento.